A conversa é mole, mas o papo é firme.

quarta-feira, agosto 06, 2008

Dai-me um dia

Maitê Proença é bonita, inteligente, atriz, escritora, aventureira e sobrevivente de uma vida complicada. Isso não é pouco. A história dela sempre apareceu lá e cá, mas agora a própria resolveu dar sua versão, em "Uma vida inventada".

Deve ser reflexo de fazer 50 anos, pois uma das benesses da longevidade, é ir ficando distante de fatos complicados da vida...a não ser que se tenha uma boa dose de masoquismo e egoismo para ficar remoendo eternamente a mesma farinha que nunca vai virar pão.

Uma de minhas curiosidades, era uma lenda urbana em Ribeirão, de que ela havia morado aqui, e que os acontecimentos trágicos que a cercaram também aconteceram aqui. Aí fica uma ligeira dúvida, como tantas outras, pois nem sei bem porque, já que ia mexer na ferida, ela resolveu misturar realidade e ficção. A história se passa em Campinas. Mas tem gente que jura que foi aqui.

Talvez seja um mecanismo de defesa, mas a situação é tão complicada, que os desavisados podem pensar que o mais difícil foi inventado. Mas é um livro de entrelinhas. Tem-se que prestar muita atenção, pois existe muita coisa além do que está escrito, e para o bom entendedor, lá estão as pistas.

E fica mais um depoimento de que deveríamos ter amado menos e mais seletivamente, e de que nossas vidas são moldadas pelo que vivemos bem no comecinho, e a influência eterna que sofremos de quem nos criou. Mas principalmente as consequencias que as decisões tomadas em idades tão tenras tem na vida inteira. E só vamos entender isso depois da história feita. Vida não tem manual.

Lido desavisadamente, parece um livro simples. Mas não é.

Maitê conta sua passagem no Santo Daime. Acho até que já disse por aqui que pesquiso esta religião para um escrito que vem me perseguindo, e assim sendo conseguí depoimento de Ney Matogrosso, dos dirigentes da seita aqui em Ribeirão, e lido outros tantos, e a coisa é tentadora.

O Daime talvez seja hoje o maior recanto de liberdade filosófica e talvez espiritual, que ainda consegue ficar acima de todas as hipocrisias vigentes sobre estados alterados da mente. A discussão é boa, por isso no próximo falamos mais.
Não, eu ainda não tomei, e darei as razões...ou desculpas. E por que desculpa esfarrapada é pejorativo, e ser um esfarrapado não quer dizer que não se tenha dignidade ou ética?

2 comentários:

Moni disse...

A história de vida de Maitê já foi contada por ela própria no Faustão, na Hebe, na Nova... Não é fácil mudar o destino. Só mesmo mulheres superphoderosas conseguem.

Eu tb nunca tomei Daime, e foi por falta de interesse mesmo, agravado pelas notícias de que provoca vômitos e que raramente se tem a 'chapação' (que tem outro nome, termina em 'ão', mas esqueci).
E Mr. Ney tb fuma um beckezinho, mas não é maconheiro. Diz que usa quando precisa de uma introspecção para resolver questões suas, íntimas. Li isso na Caros Amigos.

Cada um com seus brinquedos...

Anônimo disse...

Hello, Bart!

Obrigado pela dica do livro de Maite. Do pouco que jah li sobre a mesma, parece ser uma pessoa interessante e resistente.