A conversa é mole, mas o papo é firme.
Mostrando postagens com marcador 127.Celulóides Esquisitos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador 127.Celulóides Esquisitos. Mostrar todas as postagens
quarta-feira, janeiro 24, 2007
Celulóides Esquisitos
Entranto numa faixa mais específica dos Prazeres Proibidos, eu disse no outro post que gosto de filmes estranhos.
Lá nos idos dos 1960/70, existiam vários filmes estranhos mas por razões diferentes. Bergman, Godard, Antonioni, Pasolini, todos faziam filmes geralmente com cunho socialista/comunista, e enchiam de referências enigmáticas para fugir da perseguição por conta de seus ideais comunitários. Tinha filme que nem usava trilha sonora. Muitas cenas longas sem diálogos, expressão apenas nos olhares. Lógicamente que existiam cenas geniais, inovações, a criação de uma nova forma de linguagem, mas muitas vêzes o sono era maior que tudo isso junto.
No Brasil tinha o Cinema Nôvo, que também produziu filmes geniais, mas muitas vêzes chatérrimos. Aliás, o cinema brasileiro reluta em conseguir uma linguagem fluente. Mas já é outro assunto.
Agora imaginem um filme desses esquisitos censurado, ou seja, cortavam 20, 30 minutos só porque aparecia um peitinho, um pelinho púbico, um pintinho mucho ou um assunto que usava a palavra vermelho, ou denegrisse o exército ou ousasse discutir ideologias. Parece brincadeira, mas teve uma cacetada de filmes que só fui entender muitos anos depois, quando saíram completos em vídeo.
Cidadão Kane é um filme bem esquisito. Mas talvez o estranho mais antigo seja O Falcão Maltes, que é adaptação de um romance policial transformado em Film Noir, e que os que fizeram admitem que nem imaginam o que quer dizer o filme, pois é uma trama que vai se enrolando tanto, que fica totalmente sem pé nem cabeça.
Minha teoria é que fazer filmes estranhos é uma boa forma de se ganhar prêmios, pois os jurados não vão querer dizer que não entenderam nada, e então premiam, dizendo que é genial.
Falando em títulos, tem os do Stanley Kubrick, como 2001, Dr. Strangelove e Laranja Mecânica.
Fellini nem se fala, com La dolce Vita, La nave va, Amarcord e muitos outros.
O David Linch, depois da série de tv Twin Peaks, que é completamente pirada, tem Veludo Azul, A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e mais.
Lá nos primórdios, Sem Destino, uma viagem psicodélica. Do Larry Clark tem Kids e Ken Park que acabam com os mitos puerís da adolescência. Tem aquele doidão do Amnésia, que é um filme feito de trás para a frente. Trainspotting é mais doido ainda. Você ve em imagens uma síndrome de abstinência (cold turkey) de Heroína.
De mais novinho, tem o Alejandro Yñárritu, com 21 Gramas, Amores brutos, e recentemente Babel.
Tem o Lars Von Trier, com Dogville e Manderlay.
De títulos soltos, Secretária, Confissões de Uma Mente Perigosa, Fogo Sagrado, Um Enigma no Divã (francês), Existenz, Snatch, Jogos Trapaças e dois canos fumegantes, A natureza Quase Humana, Adaptação, Donnie Darko, Quero ser John Malkovich, Réquiem Para Um Sonho, e sem esquecer o Quentin Tarantino. E ao menos do primeiro Matrix.
Nossa, como é bom um filme esquisito.
Mas foi tudo preambulo para falar de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Apesar do chatonildo do Jim Carrey, que está até bem, o argumento é muito bom. Tem também a Kate Winslet que neste consegue passar um filme inteiro sem ficar pelada. Exato, é aquela que o Di Caprio não conseguiu empurrar para dentro do mar na popa do Titanic.
Sem estragar o filme para quem não viu, existe uma firma, chamada Lacuna, que presta o seguinte serviço: apaga da mente da pessoa qualquer tipo de pensamento. Digamos que você perdeu seu cachorrinho e não quer mais lembrar disso. Vai lá, leva fotos, conta como o conheceu, como foi a convivência, daí eles fazem um mapeamento do seu cérebro, vão até sua casa, dão uma droga para você dormir e com um aparelho portátil fazem uma ressonância magnética do freguês, e nesta ressonância, vão aparecendo os pontos onde estão as lembranças, com uma côr específica, e que vão sendo apagadas. No outro dia de manhã, não resta nenhum vestígio do que não se quer mais lembrar.
No caso do filme, Kate apaga Carrey de um relacionamento, e por vingança ele vai até a firma para fazer o mesmo com as lembranças que tinha dela. Daí desenrola. Pena que o final é muito Holywood, mas a idéia é muito boa.
Como ficção é bem bolado, não acham?
Mas no próximo capítulo, veremos que existem razões que a própria razão não merece.
Previously on Lost, ou melhor, no post anterior, valeu a participação massiva. É bom lembrar que um ponto importante, é que devemos passar a respeitar o Prazeres Proibidos de uma pessoa à partir da hora em que ela o confessa publicamente e assume, e assim sendo, não pode mais gozar. Pode gozar só se ela tenta manter escondido, ok?
E também fica terminantemente proibido entregar alguém nominalmente. Pode-se dar uma "ajudazinha" contando o Prazer, mas sem dedar.
Lá nos idos dos 1960/70, existiam vários filmes estranhos mas por razões diferentes. Bergman, Godard, Antonioni, Pasolini, todos faziam filmes geralmente com cunho socialista/comunista, e enchiam de referências enigmáticas para fugir da perseguição por conta de seus ideais comunitários. Tinha filme que nem usava trilha sonora. Muitas cenas longas sem diálogos, expressão apenas nos olhares. Lógicamente que existiam cenas geniais, inovações, a criação de uma nova forma de linguagem, mas muitas vêzes o sono era maior que tudo isso junto.
No Brasil tinha o Cinema Nôvo, que também produziu filmes geniais, mas muitas vêzes chatérrimos. Aliás, o cinema brasileiro reluta em conseguir uma linguagem fluente. Mas já é outro assunto.
Agora imaginem um filme desses esquisitos censurado, ou seja, cortavam 20, 30 minutos só porque aparecia um peitinho, um pelinho púbico, um pintinho mucho ou um assunto que usava a palavra vermelho, ou denegrisse o exército ou ousasse discutir ideologias. Parece brincadeira, mas teve uma cacetada de filmes que só fui entender muitos anos depois, quando saíram completos em vídeo.
Cidadão Kane é um filme bem esquisito. Mas talvez o estranho mais antigo seja O Falcão Maltes, que é adaptação de um romance policial transformado em Film Noir, e que os que fizeram admitem que nem imaginam o que quer dizer o filme, pois é uma trama que vai se enrolando tanto, que fica totalmente sem pé nem cabeça.
Minha teoria é que fazer filmes estranhos é uma boa forma de se ganhar prêmios, pois os jurados não vão querer dizer que não entenderam nada, e então premiam, dizendo que é genial.
Falando em títulos, tem os do Stanley Kubrick, como 2001, Dr. Strangelove e Laranja Mecânica.
Fellini nem se fala, com La dolce Vita, La nave va, Amarcord e muitos outros.
O David Linch, depois da série de tv Twin Peaks, que é completamente pirada, tem Veludo Azul, A Estrada Perdida, Cidade dos Sonhos e mais.
Lá nos primórdios, Sem Destino, uma viagem psicodélica. Do Larry Clark tem Kids e Ken Park que acabam com os mitos puerís da adolescência. Tem aquele doidão do Amnésia, que é um filme feito de trás para a frente. Trainspotting é mais doido ainda. Você ve em imagens uma síndrome de abstinência (cold turkey) de Heroína.
De mais novinho, tem o Alejandro Yñárritu, com 21 Gramas, Amores brutos, e recentemente Babel.
Tem o Lars Von Trier, com Dogville e Manderlay.
De títulos soltos, Secretária, Confissões de Uma Mente Perigosa, Fogo Sagrado, Um Enigma no Divã (francês), Existenz, Snatch, Jogos Trapaças e dois canos fumegantes, A natureza Quase Humana, Adaptação, Donnie Darko, Quero ser John Malkovich, Réquiem Para Um Sonho, e sem esquecer o Quentin Tarantino. E ao menos do primeiro Matrix.
Nossa, como é bom um filme esquisito.
Mas foi tudo preambulo para falar de Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Apesar do chatonildo do Jim Carrey, que está até bem, o argumento é muito bom. Tem também a Kate Winslet que neste consegue passar um filme inteiro sem ficar pelada. Exato, é aquela que o Di Caprio não conseguiu empurrar para dentro do mar na popa do Titanic.
Sem estragar o filme para quem não viu, existe uma firma, chamada Lacuna, que presta o seguinte serviço: apaga da mente da pessoa qualquer tipo de pensamento. Digamos que você perdeu seu cachorrinho e não quer mais lembrar disso. Vai lá, leva fotos, conta como o conheceu, como foi a convivência, daí eles fazem um mapeamento do seu cérebro, vão até sua casa, dão uma droga para você dormir e com um aparelho portátil fazem uma ressonância magnética do freguês, e nesta ressonância, vão aparecendo os pontos onde estão as lembranças, com uma côr específica, e que vão sendo apagadas. No outro dia de manhã, não resta nenhum vestígio do que não se quer mais lembrar.
No caso do filme, Kate apaga Carrey de um relacionamento, e por vingança ele vai até a firma para fazer o mesmo com as lembranças que tinha dela. Daí desenrola. Pena que o final é muito Holywood, mas a idéia é muito boa.
Como ficção é bem bolado, não acham?
Mas no próximo capítulo, veremos que existem razões que a própria razão não merece.
Previously on Lost, ou melhor, no post anterior, valeu a participação massiva. É bom lembrar que um ponto importante, é que devemos passar a respeitar o Prazeres Proibidos de uma pessoa à partir da hora em que ela o confessa publicamente e assume, e assim sendo, não pode mais gozar. Pode gozar só se ela tenta manter escondido, ok?
E também fica terminantemente proibido entregar alguém nominalmente. Pode-se dar uma "ajudazinha" contando o Prazer, mas sem dedar.
Assinar:
Postagens (Atom)