A conversa é mole, mas o papo é firme.

segunda-feira, janeiro 14, 2008

60 anos - a entrevista - parte 3

Talvez não interesse a 99% de vocês, mas saiu um livro chamado "Almanaque da Rádio Nacional", Editora Casa da Palavra, que conta a história de uma rádio que era o grande centro de cultura popular nos anos 40 e 50. Quem lembrar de RLML, esta emissora estava direto no aparelho do casarão dos Lee. Vem até um cd com gravações de época. Ao menos os papais de vocês vão gostar.

Mas enquanto o manual para fãs e ídolos não aparece, vai uma reprodução que tem neste livro, que são umas regras editadas na publicação mais forte de época, a Revista do Rádio, para ver se conseguiam dar um jeito nas macacas-de-auditório. São elas:

1- Elevar o nome do astro preferido

2-Aplaudir, sim; vaiar nunca

3- Sempre que o artista estiver cantando, silêncio. Nada de gritos histéricos

4-Cuidado com as faixas. Não enfaixe demais o seu ídolo. E mais cautela com os dizeres das faixas. Olhar a redação, a ortografia o portugues.

5-Espere o seu ídolo na porta da rádio, mas...deixe que ele saia livremente e apenas bata palmas.

6-Nada de rasgar a roupa do ídolo. As roupas custam caro.

7- Se você gosta do artista que está cantando...Silêncio!

8- Quando passar por um cantor ou cantora que não é de seu agrado, fique caladinha

9-Pode entrar para os fãs-clubes de seus ídolos, mas lembre-se...olhe os afazeres de casa.

10- Respeite as fãs que são fãs dos outros

Assim sendo, fiquem aguardando as novas regras

Continuando a saga:

Você acha que a família Leema aceitaria sua sugestão?

Somos cabras. Sagitarianos adoram dar palpites. Sagitarianos odeiam receber palpites. Sagitarianos amam o que estão fazendo. Sagitarianos odeiam o que já fizeram. É só pensar um pouco.

Nos seus diários, você diz que Rita gostou de sua performance, que você sabe cantar e coisas mais. Não pensa em fazer alguma coisa, talvez até com ela?

Estaríamos nos engalfinhando no primeiro segundo. E não acho que isto seja um elogio. Artistas na verdade são sacos vazios. Se são atores, o saco enche quando recebem um personagem, e o público em geral acha que eles são daquela forma. Acham que tem aqueles sentimentos aquela nobreza/maldade, aquela profundidade/simplicidade. Acabou o projeto, e voltam a ser os velhos sacos vazios, e a gentalha não percebe. Músicos, escritores, só estão plenos quando produzem, usados que são pela chama criativa. Depois são como as pessoas que se encontra em qualquer lugar, talvez muito mais problemáticas, porque saco que enche e esvazia toda hora, fica flácido. O publico em geral dá ouvidos ao que o artista diz, e ciram uma imagem ao seu gosto e semelhança. Depois acham que a pessoa atrás do artista tem que ser daquele jeito que eles idealizaram, o tempo inteiro. Assim, sendo, obrigada. Continuo adorando ser uma ninguém.

E me parece que você ainda cultiva os velhos hábitos. Pelo que vejo no seu cinzeiro, esta ponta de cigarro não tem jeito de ser industrializada.

Embora você não devesse meter o bedelho no cinzeiro alheio, pois há uma certa distância entre sua conclusão e a realidade, ainda acho que este é dos males o menor. Temos uma pequena produção orgânica, sem aditivos e sem traficantes, que usamos para os internos do pedaço. Mas quem usufrui ou não, não deveria ser de seu interesse. Mas por falar nisso, você viu no livro que o Moita inventou do Tim Maia, que diz que ele pitou até no hospital? Pode ser exagero, mas é engraçado. Aliás, o livro seria engraçado, se não fosse trágico.

E as tarjas da vida?

Ah, meu caro. Minha tarja é verde, que você pode notar no quanto está espalhada por aqui. As outras tarjas são coisas de quem vive em apartamento, em aperto de cidade. Coloque o pé no chão, tenha uma boa visão natural de 360º, e essa frescuras não cabem mais em sua vida.

(ao menos a conversa ficou um pouco mais amena, mas não existe esporte mais interessante do que cutucar La Farniente. Ainda tem mais, claro. Conhecem a síndrome das Mil e Uma Noites?)


3 comentários:

Moni disse...

Em "Trem da Alegria", com Frenéticas, foi a primeira vez que ouvi falar da Rádio Nacional. A Rádio é pioneira em várias frentes, e o que hoje se vê nas comu dos Mutantes acontecia lá na rádio, entre os fãs de Emilinha e Marlene. Vou até postar os 'mandamentos' por lá.
E eu não duvido de nenhum ato de Tim Maia, nem hospitalizado. Vale tudo.
Fiquei com água na boca pra ver esse trabalho em famíLEEa. Bob pai, Bob filho, Mãe Coragem...
Já ouvi Ela falando que tem músicas prontas com João tb...
- Cuidado para não se iludir, Bárbara! Vc pode pensar em levar a farinha e a Moça te apresentar o bolo pronto.
Parte 4 já!!!!

Anônimo disse...

viva la dolce farniente...

to vendo q a globo vai querer publicar essa entrevista, tamanho o ibope do blog...

hohohoho

Anônimo disse...

''Coloque o pé no chão, tenha uma boa visão natural de 360º, e essa frescuras não cabem mais em sua vida.''


...do caralho

pode falar palavrão nesse Igreja ? =]

beijooo

dani lee