A conversa é mole, mas o papo é firme.

domingo, outubro 15, 2006

Muito bonito, sr. Antonio Bivar!




Vocês não imaginam a honra que é estar nesta foto. Estou ao lado dos criadores de Rádio Amador e de TV Leezão.
Quem leu RLML fica sabendo como Bivar andou pela vida da Rita, assim que ela começou sua carreira pós-Mutantes. E num mundo de desavenças, egos e reviravoltas macabras como o show business, Bivar e Rita são muito amigos até hoje, e se o próximo presidente não chamar o dramaturgo para ser ministro, logo logo tem mais uma dobradinha por aí.
Rita sempre me falou muito bem de Bivar, e nós tínhamos algo tipo Bárbara Farniente não ver a Rita tocar ao vivo. Sempre conhecí o trabalho de Bivar, lí seus livros, e ele passou grande parte da juventude morando em Ribeirão. Depois de girar o mundo sempre voltava para Ribeirão, pois a família por aquí permaneceu. Mas meu lance Farniente com ele, é que eu sempre morei em Ribeirão, e nunca nos encontramos.
Tínhamos amigos em comum, mas no tempo em que estudei fora, e isso acabou dificultando um possível encontro. Muitas vêzes ouví discos que Bivar trazia de suas viagens e deixava para o pessoal ouvir. Ou será que eles surrupiavam? Bem, lá se vão mais de 30 anos, portanto as penas prescreveram.

Um belo dia estou estou abrindo meus e-mails e vejo um remetente: Antonio Bivar. Putz. Era o primeiro personagem de minha história que aparecia para o confronto. Fiquei dando um tempo para abrir ou não. Mas foi o maior prazer. Bivar, bom de prosa, bem humorado, só corrigiu uma coizinha a respeito do Zé Rodrix, mas disse que não importava porque o sentido do livro não era exatidão. Ele entendeu perfeitamente ao que RLML se servia.
Dai me mandou uns elogios que fico até avexado de lembrar, quando mais de divulgar.
Daí começamos a trocar e-mails e a rir bastante de várias situações. O título do post foi dito a Bivar por dna. Maria Bethânia em história já contada.
Estamos até com um projeto meio que engatilhado, que está dependendo de nós dois finalizarmos projetos em que já estávamos engajados. Acho até que Bivar acabou o dêle, e eu é quem estou empatando. Mas também termino logo. E Bivar zarpa para a Inglaterra no fim de outubro. Não é problema, pois a internet lava tudo.

Quando recebí o convite de Ritz para ir na estréia de Preta Gil, não titubeei e já perguntei se podíamos chamar Bívar. E foi lá que o conhecí pessoalmente. Colei no baita e ví o tanto de benção que foram pedir enquanto aguardávamos a entrada. Sabia que naquele dia Rita era o acontecimento, e uma boa dose de Bivar seria a pedida.

Bivar é um cara muito premiado, tem várias peças, foi ator, e publicou vários livros. Fez um livro que praticamente lançou o movimento punk no Brasil, e a punkaiada é grata a ele até hoje. Tem um que fala do Jack Kerouac, um dos papas do movimento beat, que precedeu o rock, flower power, e muito mais. Tem livros de ficção, inclusive logo logo sai um novo, que é o que ele estava terminando, tem biografia (da Yolanda Penteado, que vendeu legal), mas eu gosto dos diários de viagem.
São 3. O primeiro é Verdes Vales do Fim do Mundo. Trata principalmente do auto-exílio de Bivar na Inglaterra, entre 69 e 71, quando lá estavam Caetano, Gil, Guilherme Araújo, Jorge Mautner, passeadas de Mutantes, Roberto Carlos, Zé Vicente e muitos mais. Claro que tem passagens de Rita.
O segundo, foi lançado muito tempo depois, mas tratando das novas viagens de 71 a 73, e também é muito interessante.
Depois Bivar fez uma obra de fôlego, Bivar na corte de Bloomsbury, que é um apanhado de 93 a 2004, quando ele se aprofundou no estudo de Virgínia Woolf e uma pleiade de pessoas que a cercavam, fazendo uma era muito rica da literatura não só inglesa, como mundial. Besteira eu querer falar alguma coisa. O negócio é ler. De preferência os 3, na ordem em que foram citados.
No Bloomsbury, existe um momento lindo que é a partida da mãe de Bivar, aqui em Ribeirão. Lirismo puro.Além de uma bela viagem pela América Latina e outra a Portugal.

Bivar não é só para ser comentado. Tem que ser lido e conhecido. É o espírito mais livre que já conheci. Um cidadão do mundo, irriquieto, a quem fronteiras inexistem. E sorte a nossa que podemos dividir com ele esta inquietação, graça à bondade dele em escrever estes diários.
Agora vou ler Chic-a-boom, onde ele diz que tem muita sacanagem. Estou preparado para rir bastante.
Crianças, não se esqueçam: Antonio Bivar.

3 comentários:

Anônimo disse...

Eis os dois Antonios com a Santa !!!
E Antonio também é nome de Santo ...
Une as pessoas ...

bjos
fernnie lee

Anônimo disse...

Bartman, ontem não visitei o seu blogão porque foi niver de meu dad.
Mas ainda é tempo de elogiar e agradecer pelas dicas do Bivar.
Só o que ele fez no Rádio Amador com a Rita, nossa!
E outra, ele sempre elogiou o potencial dela como atriz, desde aquele espetáculo que dirigiu, o "Atrás do porto...", em 74 e que eu sei que o senhor foi (isto é a inveja, desculpe. Eu com 10 anos não entraria e nem conhecia a Rita ainda...).
Vou ler as memórias do gênio Bivar, vida longa aos nossos loucos, pois como disse Torquato Neto: Cada louco é um exército. E o Brasil deve tudo aos seus loucos.

Alex O.P.A. disse...

Primeiramente gostaria de retratar minha admiração inusitada por este novo blog, pelo menos pra mim!

Muito interessante mesmo.

A dois dias que ando pesquisando sobre a vida e obras de Antonio Bivar. A sua apresentação é muito significante. Agradeço por ajudar.

Boa sorte! Boas festas!