A conversa é mole, mas o papo é firme.

sexta-feira, novembro 06, 2009

Em busca do templo perdido

Meu povo...agora estou vendo o quanto fiquei sem postar nada. Talvez seja uma reação inconsciente que tenho contra a crescente imposição do mundo computo.
Quanto tempo útil perdemos em frente a esta janelinha viciante, a portinha da pandora que nos deixa inertes incontáveis minutos que viram horas, esperando que algo seja carregado, que achemos um outro caminho que acaba virando um labirinto que nos leva para onde já estávamos, sem falar das embarcadas em coisas que em sã consciência jamais pararíamos para ver. Uma verdadeira vitrine de puteiro em Amsterdã.

Refratário que fui ao orkut, entrei no facebook e no twitter, para ver se haveria algo melhor, talvez atraído pela ausência de uash uash uashs, kkkkkkks, meldels, e outras firulas que meu parco idioma teimava em não absorver. Mas vamos fazer vocês não perderem tempo: tanto num quanto noutro, a presença de famosos, e nós, os ninguém, temos que desconfiar da esmola da permissão da proximidade.
No twitter, você segue e é seguido, com permissão. Recebe as mensagens de quem você é seguidor, e só recebe as suas quem te segue. Para se ter uma idéia, seus 20 amigos lêem o que você escreve, enquando um famoso chega sem exagero a quase um milhão de seguidores que os lêem. Você pode responder diretamente a um famoso, mas adivinhem a chance dele ler sua mensagem em quase um milhão? Exato, você vai concorrer no um contra um milhão do roberto injustus.
Mas a idéia inicial do twitter seria um miniblog, onde você teria que se virar para dizer algo interessante como num haikai de 140 toques. Nem precisa dizer das besteiras que temos que aguentar com uma só pessoa postando 20 vezes seguidas para contar suas idiotices, geralmente. E para que? Vender seus shows, seus programas, seus discos, e principalmente avisar que já vai dormir, ou o que esta comento. Se ao menos fôsse quem esta comendo, ficava mais pimentinha. Tem gente que dá brindes para aderirem ao seu twitter. É no que dá a falência total da indústria do entretenimento.

No comêço, lemos bastante, mas depois de um tempo conforme as pessoas, já passamos direto, lembrando que se por acaso alguém leia uma discordância que você postou, pode-se podar o descontente, que nunca mais irá receber as mensagens do prejudicado. Sua cabeça foi cortada.
Isso sem dizer da velha besteira que invade nossos e-mails, os milhões de links, aparentemente para mostrar coisas interessantes. Oras, pra que existe google, utube? Quem quiser alguma coisa, que procure.
E o cúmulo da falta de educação, já que se presume que sua mensagem esteja sendo lida por várias pessoas: muitos escrevem em inglês, e tem bestinha que responde em inglês...ai, minha santa colônia do dólar baixo. Vai acender vela pro obama, que mantém uma puta guerra e ganha nobel da paz. Um dia teremos que falar chinês? Ao menos uma vantagem de quem já tem pauzinho.

A conclusão? Você, meu caro ninguém, conversa um pouco com outros ninguéns, mas rapidinho porque eles estão esperando a chance de serem notados por algum famoso. E dificilmente alguém acaba colocando uma colaboração própria. O difícilmente significa que você perde muuuito tempo para achar uma dessas.

No facebook, os vendilhões no templo são mais descarados: quando não são seus produtos, os links (disfarçados em convites), são para jogos sem razão prática, ou um tal "o que você seria se..." e semelhanças.
O engraçado, é que no espaço que você tem para escrever, existe uma pergunta: no que você esta pensando?...ninguém responde esta pergunta e a coisa vai ficando cada vêz mais chata. Os ninguém ficam querendo se enturmar com os famosos, seguem seus joguinhos idiotas e daí são eles quem ficam na vitrine de puteiro de Amsterdã.
É claro que em tudo isso acha-se muita gente interessante, embora para isso voltamos à razão disto aqui, que é a perda de tempo em uma vida cuja passagem é na classe econômica para a imensa maioria, e a volta a confirmar, sujeita a lista de espera.
Ah...algumas vêzes minha veia anarco-bakuniniana faz comentários nos posts de alguns, e já foram sumariamente apagados. E vocês, no que estão pensando?

Nos finalmente, a lamentar que a vida das pessoas esta indo cada vez mais para esta janelinha aberta para a pandora digital cercada de marketing subliminar em volta das telas que se abrem, e tudo marchando para um super-celular que nos hipnotizará covardemente, com promessas de informação garantida ou seu dinheiro para o próximo modêlo. E sabendo que inexorávelmente respiramos este ar, todos.

Acabei de ler "Minha fama de mau" do Erasmo Carlos. Quando RC tirou de circulação sua ótima bio, EC se mostrou puto, e que iria escrever sua versão. Em pouquíssimo tempo, sua versão virou um amontoado de carochinha pornochanchadesca. Quem estuda um pouco o assunto, sabe que ficou tudo de fora, nomes inclusive. Sempre chamei o tremendão de Sombra, e continuo. É um dos caras de maior sorte no mundo, e bem malandramente. Colou num cara obcecado pela fama, e virou seu parceiro, por conta de amizade em tempos difíceis, mas que pelo visto não tem entrada irrestrita na côrte. Sempre lembrando que foi várias vezes competente.
Vejamos a Wanderléa, também parceira nos velhos momentos, mas que não colou em RC, e deu no que deu.

Só serve para mostra a grande importancia de Carlos Imperial, que fêz RC, Erasmo, Tim Maia, Simonal, Clara Nunes e Elis, dentre muitos outros. O artífice, sem o qual a história seguramente teria outros personagens. O pecado de Imperial, foi assumir publicamente todo o jogo sujo feito nos bastidores do showbizz.
Mas que fique claro que gosto do Erasmo, acho que os bons comentários que fizeram de seu show atual são pertinentes, e o cara é história e mesmo malandramente se aguenta até hoje e usando as limitações com competência, e à sua forma, escreveu a trilha sonora de muitas vidas.

Geralmente temos nossas teses em busca de confirmações, e Erasmo me deixou feliz: no livro, conta que ao ver Raul Seixas todo de couro cantando roquenrou num festival, pensou "Raul esta fazendo agora (1972) o que eu deveria ter feito em 1967"...e concordo plenamente...deveria ter feito...mas não fêz. Por isso esta história de pai do roque é uma desfeita aos pioneiros, Celly e Tony Campello, e aos que seguraram toda a barra, Raul e Ritz, que colocaram a atitude, a inovação e a ousadia em seus trabalhos e foram execrados por isso. E chamar seu novo álbum de Roquenrou...ah, se não fôsse o Lima colocar todos os clichês do gênero na fita, imagino o que seria. Hey Al Capone, ve se te orienta...assim dessa maneira, nêgo, o muro não aguenta...

Sempre que falo da Playboy, surgem comentários que remetem a Onan e seu séquito, mas saiu um livro com várias entrevistas (isso, sem fotos de qualquer espécie) feitas pela revista, e é por demais interessante.
E já que vão falar mesmo, esta para sair a playbas da young, que já deu uma declaração ótima "espero que se masturbem bastante". Sem ter visto nada, arrisco o palpite de que ela é pela preservação da mata atlântica. Vamos ver.

Depois comento a bio do Simonal, que estou começando. Ainda no início, fala-se que Simona ia ensaiar em um galpão em Sampa, e que volta e meia uma pessoa tocava a campainha e saía correndo, interrompendo o ensaio. Sabem quem? Dona Ritz. Mas que coisa para se colocar numa bio propensa a ser séria. Tenho algumas teses, e se confirmadas ou não, depois comentamos.

Me mandaram um show dos tutti-fruttis de 1976, com som direto da mesa....putz...pai do roque...

E vão cuidar de suas vidas pois já perderam muito tempo porra qui.

6 comentários:

Moni disse...

Hey Bartsch!
Este show dos Tuttis em 76 me deu água na boca!

Twitter e Facebook são redes bastante interessantes para divulgação de trabalho. De resto, é superexposição e encheção de saco mesmo. Tem quem gosta, quem vicia, quem pratica com moderação, ou tudo isso junto em etapas.
Prefiro o orkut pela semelhança com fã clube. Eu conheci muita gente bacana nas comunidades, e hoje me relaciono de outras formas com estas criaturas.

Eu nunca curti muito o trabalho do Erasmo(nem o do Roberto). Tenho um único álbum dele: Erasmo convida (I). Motivos óbvios. Aliás, Ela foi a única que gravou e não se apresentou no especial da tv.
Mas gostei do último cd, e estou pensando em ir ao show este mês.

Agora é moda ter remissão dos pecados cometidos na ditadura através de documentários e bios. El Injusticiados!

Norma Lima disse...

Querido Bart, que show de post, até porque você o lotou de boas palavras e sou a favor delas.
Tenho uma teoria que funciona para quase tudo: em terra de cego, quem tem um olho..., então, de tanto treinarem para dizer em poucas palavras, os que dominam uma boa expressão linguistica ficarão na frente.
Defendo o uso do bom texto na tecnologia. Taí o blog para a BELA de todos os tempos que não me deixa mentir. O diferencial de lá é o texto, não somente a imagem. E o texto afetivo, emocionado, que transmite sentimento.
Em terra de cego...
Twitter? Uma das poucas coisas que escrevi no Twitter foi uma frase do Torquato Neto: Não me sigam, porque eu não sou novela.
Eu já tenho mania de perseguição, esse negócio de me seguir... sei não.
Confesso que estou nessas passarelas twitteiras e faceboquetes mas pouco dou as caras no sentido expressivo do termo. Até porque ainda não tenho notebook e mesmo que tivesse, ando trabalhando por 5 e ganhando por 3. Sem tempo para nadica.
Só não largo o meu vício: RITA LEE. Se não, vem a abstinência...
ADOREI o que você escreveu sobre o Erasmo e tudo o mais, adorei sua metralhadora ribeiro pretense.
Eu ia ler a bio do Erasmo, vou deixar mais pra lá...
E me conta essa história da campainha que a Ritinha tocava e se mandava. Mel Dels. I LOVE HER...
Vamos no show de São José do Rio Black?
Beijox Cariocax.

Anônimo disse...

...twitter, orkut, facebook...excelentes redes para que a admiração que vc sente por alguém (famoso ou não) comece a escorrer por entre os dedos! Quanto mais a pessoa posta, menos interessante vai ficando...esse excesso de palavras sem propósito, de informações cotidianas desnecessárias, acaba com qualquer interesse...quem quer saber quem abriu uma lata de leite condensado, ou quem vê a novela do Zé Mayer??
O que dá pra observar é um excesso de pessoas precisando se expor, precisando de bajulação, pq pra ser aceito tem que puxar o saco, tem que bajular...e o pior, achando que seu post é sempre mais interessante que o do vizinho, o que com raríssimas exceções é um ledo engano! Tem gente que acha que o que escreve é tão especial, que vai virar celebridade através dessas redes! Sem contar o mico de seguir famosos que nem são os donos das supostas contas!! Mel Dels...E pra quem interessa vou comer uma macarronada, afinal é domingo!!

Edna Costa disse...

Augusto de Franco, estudioso e defensor dos processos em rede, criador da Escola de Redes, diz que ferramentas de mão única, como o Twitter, cumprem o papel de netweaving apenas se o usuário seguir quem o segue. Para ele não faz sentido ser seguido sem seguir ninguém, ou seja, uma continuidade ao individualismo que a internet proporciona. Se quiser conhecer mais, acesse http://escoladeredes.ning.com/

abs.

Denise disse...

Excelente texto, Bart!

Bem, uso Orkut há mais de 3 anos, mas, não sou junkie não... se eu quiser parar eu paro!rsrsrsrsrsrs... Gosto do Orkut! Ah, vou passar a usar MySpace para fins musicais. Só também, o resto não me atrai nem um pouco...

Mas, esses são os rumos da comunicação e pontos positivos e negativos sempre vão existir.

Quanto aos pais e as mães do Roque, sempre vão inventar um monte por aí, mas os filhos, normalmente, sabem que os criou e os fez fortes e saudáveis com amor e carinho! É sempre bom lembrar de quem segurou a onda.

Um beijo, queridão!

Moni disse...

Olha o RLML na fita!!!!
"Eterna mutante"
(dezembro 8, 2009 por Arthur H. Herdy)
http://lozengelis.wordpress.com/2009/12/08/eterna-mutante/