A conversa é mole, mas o papo é firme.
quinta-feira, maio 15, 2008
As coisas desta vida
Folheando o jornal de hoje, numa notinha de pé de página, uma paulada: vítima de um infarto fulminante, lá se foi Wander Taffo.
Muitos de voces nem sabem que podem não conhecê-lo, mas conhecem seu som. Wander tocou na banda de Dna. Rita, pós Tuttis Fruttis. Mutas acabou em guerra, Tuttis acabou em briga, mas a fase de Taffo foi bem diferente.
Juntamente com Lee Marcucci, Gel Fernandes e Willie Oliveira, eram todos da banda de Ritz, e com a benção dos Lee Carvalho, formaram o Rádio Taxi, e ainda ganharam um hit instântaneo do casal, por sinal "Coisas de casal", au, au, au.
Rádio Táxi fez muito sucesso, os caras da banda por várias vezes foram e voltaram a tocar com ELA, e inclusive Wander Taffo seria o guitarra na abertura dos shows da primeira vinda dos Stones, em 1995, mas aí Robbie, que estava apartado, voltou e o resto é história.
Taffo também tocou no Joelho de Porco, no Secos e Molhados, no Made in Brazil e em trocentos discos. Para quem é do ramo, ele era o Steve Vai destas paragens.
Mas vamos ao que não vai ser noticiado em lugar nenhum. Wander era filho de Silles, um clarinetista aqui de Ribeirão, muito famoso nas décadas 1940/1950, sendo comparado a Bennie Goodman, o ás deste instrumento. Gravou vários discos como "Silles e seu conjunto", fez muita tv no início do formato, trabalhou em filmes, e depois veio curtir a mezzo aposentadoria aqui em sua terra natal, já que nunca parou de tocar.
Ele se apresentou por várias vezes com o NÓS, quando fazíamos carnavais à moda antiga, cheio de marchinhas. Silles também já se foi, há um bom tempo. A mãe de Taffo era cantora.
Na década de 80, na cidade de Guaíra, o NÓS fez a abertura de um show do Rádio Táxi, que estava no auge, cheio de sucessos (Garotada Dourada, Eva). A novidade na época, eram os transmissores sem fio para guitarras, ou seja, o cara tocava sem ter que ficar com o rabo preso no amplificador. Enquanto tocávamos, o equipamento do Rádio Táxi já estava montado, e Wander tinha o transmissor sem fio.
A música para terminar nosso show, era Jump, do Van Halen, que tinha um solo bem complicado. Para espanto do Réo, nosso guitarrista, quando chegou a hora solo, o que ele estava ouvindo era diferente do que ele estava tocando: Taffo sabia tudo de Van Halen, e de dentro do camarim, fez o solo de Jump, com seu equipamento sem fio.
Depois nos bastidores, rimos bastante, e foi assim a participação de Taffo, tocando com o NÓS.
Neste momento, mais do que nunca, uma grande honra.
Infelizmente, vai ficar no pé de página, mas sua missão foi mais que cumprida. Salve, Salve!
Muitos de voces nem sabem que podem não conhecê-lo, mas conhecem seu som. Wander tocou na banda de Dna. Rita, pós Tuttis Fruttis. Mutas acabou em guerra, Tuttis acabou em briga, mas a fase de Taffo foi bem diferente.
Juntamente com Lee Marcucci, Gel Fernandes e Willie Oliveira, eram todos da banda de Ritz, e com a benção dos Lee Carvalho, formaram o Rádio Taxi, e ainda ganharam um hit instântaneo do casal, por sinal "Coisas de casal", au, au, au.
Rádio Táxi fez muito sucesso, os caras da banda por várias vezes foram e voltaram a tocar com ELA, e inclusive Wander Taffo seria o guitarra na abertura dos shows da primeira vinda dos Stones, em 1995, mas aí Robbie, que estava apartado, voltou e o resto é história.
Taffo também tocou no Joelho de Porco, no Secos e Molhados, no Made in Brazil e em trocentos discos. Para quem é do ramo, ele era o Steve Vai destas paragens.
Mas vamos ao que não vai ser noticiado em lugar nenhum. Wander era filho de Silles, um clarinetista aqui de Ribeirão, muito famoso nas décadas 1940/1950, sendo comparado a Bennie Goodman, o ás deste instrumento. Gravou vários discos como "Silles e seu conjunto", fez muita tv no início do formato, trabalhou em filmes, e depois veio curtir a mezzo aposentadoria aqui em sua terra natal, já que nunca parou de tocar.
Ele se apresentou por várias vezes com o NÓS, quando fazíamos carnavais à moda antiga, cheio de marchinhas. Silles também já se foi, há um bom tempo. A mãe de Taffo era cantora.
Na década de 80, na cidade de Guaíra, o NÓS fez a abertura de um show do Rádio Táxi, que estava no auge, cheio de sucessos (Garotada Dourada, Eva). A novidade na época, eram os transmissores sem fio para guitarras, ou seja, o cara tocava sem ter que ficar com o rabo preso no amplificador. Enquanto tocávamos, o equipamento do Rádio Táxi já estava montado, e Wander tinha o transmissor sem fio.
A música para terminar nosso show, era Jump, do Van Halen, que tinha um solo bem complicado. Para espanto do Réo, nosso guitarrista, quando chegou a hora solo, o que ele estava ouvindo era diferente do que ele estava tocando: Taffo sabia tudo de Van Halen, e de dentro do camarim, fez o solo de Jump, com seu equipamento sem fio.
Depois nos bastidores, rimos bastante, e foi assim a participação de Taffo, tocando com o NÓS.
Neste momento, mais do que nunca, uma grande honra.
Infelizmente, vai ficar no pé de página, mas sua missão foi mais que cumprida. Salve, Salve!
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3 comentários:
Porra! Perda irreparável! Admiro demais o Wander Taffo! Ele é um daqueles caras brilhantes que estava presente nos momentos mais importantes da história do nosso bom rock and roll brazuca! Excelente!
E que bom que vc, Bart, se orgulha de ter presenciado algo tão legal e parabéns por ter falado tão bem e com conhecimento desse cara! Ele merece... Pena que muitos nunca prestaram atenção nele!
Que ele esteja em paz e feliz! Lugar de estrela é no céu mesmo!
É. Taffo tb acompanhou diversos nomes confirmados da MBP, e em 95 trabalhou com Arnowdo. Estava com uma banda nova, preparando trabalho para lançar. Grande contribuição do cara em sua passagem por esta esfera.
O rock está de luto.
Na nota de pé de página da Folha de SP de 15/5/2008, que anunciou a morte de Wander Taffo, revela-se o fato dele sempre sido modesto e que, "Sem alarde, distribuía agasalhos e comida a moradores de rua".
Pessoas com P maiúsculo sabem que purpurina é artificial, porque elas têm luz própria.
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