A conversa é mole, mas o papo é firme.

segunda-feira, julho 09, 2007

Já volto

Seguinte: minha vida profissional anda meio atribulada, no bom sentido, e por isso tenho escrito menos do que gostaria, mas prometo desforrar em breve.

Joseph, acho que a frieza artística não se resume às 3 que vc disse. A maioria liga seus pilotos automaticos quando um flash pisca ou uma luz de câmera se acende.

E, seus fofoqueiros de plantão, como se não bastasse ficarem bizuando as pernoilas de La Toller, ainda querem saber das minúcias íntimas. Tá bom. Depois eu conto um pouco, mas eu tô achando que tem tão pouca gente comentando, sã....

Mas para completar o ciclo, mais um textinho.

Esta entrevista foi feita pela Adriana Amorim, do Diário de Natal, e saiu no dia 06/06, um ano de RLML, e ela quem graciosamente enviou.

Entrevista - Henrique Bartsch

O livro não é mais uma novidade, afinal, hoje faz exatamente um ano da publicação de “Rita Lee mora ao lado”, cujo lançamento se deu em 6/6/6, data meticulosamente escolhida para homenagear a rainha do roque nacional. O responsável por trazer à tona histórias e fatos antes reservados apenas à “caixola” da cantora foi o músico paulistano Henrique Bartsch, que, segundo ele, incentivá-la a divulgar suas mais loucas aventuras foi tão difícil quanto o trajeto de ter seu livro publicado. Foram quatro anos entre bate-papos, edições e, finalmente, a impressão. Editado pela Panda Books, a biografia é o primeiro livro escrito por Bartsch, que esteve em Natal nessa segunda para apresentá-lo durante a IV Bienal do Livro de Natal, além de contar causos que só aconteceram com Rita. Em conversa com a reportagem do Diário de Natal, Henrique falou da opção por um formato criado por ele, o que qualificou sua biografia como algo do tipo “ficção-não-ficção”. Nela, o autor se utilizou de uma personagem inventada que mora ao lado da casa de Rita Lee desde a sua infância. Entre bisbilhotagens e anos de uma convivência desconhecida por parte da cantora, a história foi sendo contada de maneira cronológica durante 50 anos da vida de Rita Lee, divididos em dois grandes momentos, cujo autor costuma definir a passagem da cantora antes e depois dos Mutantes como “Antigo e Novo Testamento”. Dentre outros assuntos, Bartsch falou dos novos projetos na área literária e acredita que mais feiras como a Bienal do Livro devem acontecer com mais freqüência, no sentido de ser um importante elo de incentivo à leitura.

Diário de Natal – O livro é narrado por um personagem que, teoricamente, vivenciou todas as fases de Rita Lee, desde sua infância ao nascimento dos filhos, acompanhando também toda a sua trajetória como estrela do rock. Como surgiu a idéia de inserir numa biografia real um personagem fictício para contar a sua vida?
Herique Bartsch – Eu não tinha nenhuma pretensão de fazer “o” livro, daí, comecei a pensar em como fazê-lo, em que formato, e me veio a idéia de usar um personagem fictício, uma pessoa que iria morar ao lado da casa dela, que bisbilhotava a sua vida. Criei uma trama, que envolve jogos amorosos, coincidências, casualidades. A personagem fictícia se chama Bárbara, que era o nome cotado para ser o de Rita. A história vai se desenrolando a partir disso. Elas até estudam na mesma escola, mas Rita não a conhece, pois a menina fica sempre às escondidas. A história se passa durante 50 anos e, ao final, as duas se encontram e tem um final apoteótico. Só lendo para ver.

Você tem formação em Engenharia Civil, mas desde cedo optou pela carreira de músico. Essa decisão foi, de alguma forma, influenciada pelos Mutantes ou, particularmente, por Rita Lee?
Herique Bartsch – Comecei a me dedicar pela carreira de músico aos 15 anos, antes desse movimento dos Mutantes, mas minha formação foi tão influenciada por eles, que, de tão admirador que era – e ainda sou – acabei adquirindo uma guitarra leiloada pelo grupo, em 1972. Na verdade, o meu relacionamento com os integrantes da banda resultou da compra desse instrumento. Nessa, a gente criou uma certa amizade e proximidade. Ao mesmo tempo em que isso aconteceu, começaram as brigas nos Mutantes, a Rita havia acabado de sair, e foi ai que a banda começou a perder sua identidade, a imitar grupos ingleses de rock progressivo.

Foi nessa época que você também começou a ter contato com Rita Lee?
Por incrível que pareça, eu não tinha contato com a Rita. Na verdade, meu contato com ela aconteceu a partir de 1998, quando fiz uma busca por seu nome no ICQ (antecessor do MSN Messenger) e acabei a encontrando. Fiquei em dúvida, mas pela conversa soube que era mesmo ela. A partir de então, a gente começou a conversar e a perceber que nossas famílias eram muito parecidas, somos descendentes de italiano, avós italianos, aquela coisa, e foi ficando muito engraçado. Ela começou a contar muita coisa de juventude, coisa de criança, dos pais, mas uma coisa bem informal. Isso durou mais ou menos uns três anos, em conversas quase que diárias.

E como se deu a idéia de publicar uma biografia sobre ela?
Ninguém conhecia esse lado dela, então, eu a orientei que ela escrevesse um livro. Ela resistiu, mas eu fui insistindo e ficou um tempo nessa história. Daí, eu percebi que ela não ia escrever de jeito nenhum. Então, eu me propus a arriscar a escrever a biografia e pedi a ela que assinasse a orelha, para que todos soubessem que havia consentimento.

Você, inclusive, mantém um blog na internet (www.bartmoraaolado.blogspot.com) dando uma certa continuidade ao livro. Além disso, você tem outros projetos na área literária.
Tem um livro que escrevi juntamente com Rita Lee prontinho no forno, esperando apenas uma oportunidade de publicá-lo. De antemão, trata-se da maior entrevista já realizada com a cantora. Também estou escrevendo um romance e participei recentemente como colaborador de uma biografia do lado musical de Paulo Coelho, escrita pela Herica Marmo, que já publicou uma bio dos Titãs, muito boa por sinal.

Como escritor de primeira viagem, qual a sua opinião sobre as feiras de livros, que dão oportunidades a escritores como você para apresentarem seus trabalhos?
Acho de extrema importância que sejam realizadas feiras de livros como esta que acontece aqui. Isso motiva e incentiva à leitura. É interessante como eu cheguei a publicar um livro, que não é nada fácil. Entendi que publicar um livro é muito mais difícil que lançar um disco. Foram quatro anos, entre a idéia e a publicação. Ele ficou pronto no começo de 2005. Depois disso, foi quase um ano e meio de batalha. É um mundo muito fechado, terrível.


E agora, sempre tem presentinho para quem chega até ao final: na Rolling Stone deste mês, que tem Johnny Depp e Keith Richards na capa, tem uma entrevista com Ritz, e ao final comentário sobre Biograffitti, com direito a uma palinha de RLML.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pois, Bart!
A lista das belas e frias eh mt mais longa....deixa eu botar meus neuronios pra funcionar que te digo mais...
Adorei os novos projetos seus...Parabens e mt sucesso.
Pode abrir o bocao e contar as estoria de la Tollete!
ok?
Abracao!
PS: Enquanto isso...quem diria me preparo pra assistir um show dos Mutantes aqui gratuito proximo domingo. Como eh de graca vou so pra ver o quanto Rita faz falta....
Contarei detalhes depois.

Anônimo disse...

Bart muito foda a sua entrevista, nota 10. ;)

Queremos outro livro hehehe.

Beijos.

Dani Lee

Anônimo disse...

Bart! Congratulations pela entrevista, você ia fazer sucesso na FLIP de Paraty, teve uma mesa sobre biografias, sobre biografias não, sobre censura nas biografias, pois além do Paulo César Araújo, os outros convidados para o debate também já tinham sofrido processos, Ruy Castro, com "Estrela Solitária", sobre o Garrincha e Fernando Morais, com "Na toca com os leões", que o tal do Ronaldo Caiado questionou.
Mas quem apareceu mesmo foi o Paulo César, Roberto Carlos foi mais malhado que Judas, hahaha
Você disse tudo, o mercado editorial é muito fechado e a academia (da qual faço parte, aff) não gosta de biografias. Ainda mais autorizadas.
Mas nós gostamos, all right???
E pára de reclamar que pouca gente escreve, que coisa. Pra que quantidade?...
Beijos, bonne chance, we love you.