A conversa é mole, mas o papo é firme.

quarta-feira, junho 20, 2007

Até o talo

Previously on Lost, estávamos falando da incursão no show de CV. Ingressos esgotados, então só na penetra. E principalmente os novinhos, não tentem fazer isto em casa, pois é perigoso.

Para entrar na manha, tem-se que ser discreto ao máximo. Um bom requisito, e que ajuda muito, é o cabelo grisalho. As pessoas respeitam esta diferença, e sempre pensam que você é mais do que é realmente.
Roupa: camisa preta, nunca camiseta, o que melhora a seriedade. Pode ser jeans, mas nunca tênis. Sapato. Nunca chame a atenção para sí, ou fazendo graça, ou falando alto. Biquinho calado. E onde entrar, entre firme, sem dar o ar de que não sabe o que está fazend alí.

Existe o local onde será o evento, que é da cidade, e a equipe que vai realizar o evento, que é de fora. O bom penetra fica exatamente entre um e outro. Quem é do local, pensa que você é da equipe, quem é da equipe, pensa que você é do local.

Eu já estava armado para entrar com uma equipe de reportagem, e cheguei na hora marcada em frente ao teatro. Bem discreto, fiquei junto com os outros da imprensa que esperavam por lá, e também no caso, todos ficam pensando que você pode ser de algum dos órgãos representativos. Com um leve sorriso e pequenos maneios de cabeça, você já vai se enturmando, mas sem puxar papo.

Daí veio mais uma carta na manga: apareceu um amigo que cuida da parte técnica do Teatro. O nome também não será citado, para não secar a fonte, entenderam?
Me convidou para já irmos entrando, mas eu disse que estava esperando a equipe de reportagem, mas já adiantei o lado de arrumar um lugar para assistir o show, pois como estava lotado, não teria onde sentar, e não pode ficar em pé.

Daí, na prática, já deu para ver que a equipe de produção do show era chatérrima. Apavorando todos da imprensa, dizendo que talvez nem tivesse passagem de som, pois Caetano tinha ido para a balada com o pessoal dos Mutantes, e tinha dormido às dez da manhã.
Fiquei na minha, pois que CV não dorme mesmo à noite, e acorda entre quatro e cinco da tarde, sempre. Nestas, várias pessoas desistiram, mas entrei com a equipe de reportagem e o amigo do teatro.
Este amigo já me levou até o palco, onde os músicos davam uma finalizada em afinações e tirando um sonzinho lá e cá. Já foi um ponto altamente positivo, pois a chata produção, ao ver alguém ser conduzido ao palco, ainda com o administrador do teatro todo solícito ao seu lado, ficaram na deles, pois o cara deve ser alguma coisa.

Se por acaso, numa situação desta você recebe um "quem é você?", o bom é mandar "Fiscal do ECAD", que é o órgão que faz a arrecadação dos direitos autorais, e que roubam êsse dinheiro e não entregam ao artista, quer dizer, dinheiro perdido. Assim sendo, qualquer produção se pela de mêdo. Ou pode ser Fiscal da Ordem dos Músicos, e nos dois casos, dizer que está esperando uma pessoa chegar com a documentação. Vão fugir de você como o diabo da cruz. POde ser também Fiscal da Prefeitura. A palavra Fiscal é a chave.

Descí do palco e fui num barzinho que tem no andar inferior do teatro. Lá estávamos, quando um pequeno tumulto aconteceu, e na frente, cercado pela currióla, lá veio CV, de camisa côr de rosa e sem olhar para os lados. O pessoal da imprensa correu pra cima, mas ele já foi entrando no corredor dos camarins, e a produção dando os coices habituais, dizendo que não ia rolar entrevista.
Nessas todo mundo saiu fora. Eram sete horas, e o show estava marcado para as oito.
Ouvi um som diferente e falei para minha amiga da imprensa "vamos subir rápido que ele está passando o som". Não deu outra. Teatro vazio, minha amiga armou a câmera de vídeo e ficamos vendo a passagem, que durou uns 15 minutos. A produção chiou para mudarmos de lugar, mas já intimidados, não nos colocaram para fora.

Hora de abrir as portas. Meu amigo me levou para a sala de luz, de onde se comanda tudo que se passa no teatro durante espetáculo, e me deu notícias das quais eu jamais imaginaria. O teatro tem 1.300 lugares, mas duzentos não são colocados à venda.
Seriam supostamente para ser doados a pessoas que não tem condições de pagar por eles, mas geralmente o diretor do teatro dá para os amigos que tem muitas, mas muitas condições de comprá-los. Eita desigualdade. E eu já tinha visto colocarem várias cadeiras extras no fundão.
E foi aí que ele me mostrou que quatro cadeiras de cada lado da platéia, na primeira e segunda fileira, estão dentre as não vendidas, mas que muito provavelmente foram dadas aos amigos do chefe.
Resumindo, esperei a primeira música, algumas pessoas sentaram nos tais lugares, mas sobrou um lugar, ao qual me dirigí, e assisti confortávelmente na segunda fileira, no gargarejo. Nada mal.

Mas o Bart não é tão bobo assim, e já tinha combinado com o amigo do teatro, para que este o levasse até o camarim, ao final do show, para falar oi pro velho baiano.
O show foi morno, pois a platéia não tinha nada a ver, esperando só sucessos, e CV canta praticamente o disco novo inteiro, com sonoridade rock, e mesmo nas poucas antigas que canta, os arranjos são agressivos. As palmas eram contidas. Daí me lembrei que no Circo Voador, em dezembro, com Normix e Vallim, a coisa ferveu. CV voltou 3 vêzes para o bis, e cantava umas 4 músicas a cada vêz que voltava.
Em Ribeirão voltou só uma vêz e cantou duas músicas.

Existem duas formas de chegar aos camarins, que é pela porta que CV entrou, perto do bar, ou pelo palco. Meu amigo me chamou para o palco, e na minha frente já tinha alguns bacanas da política e da fina flor da sociedade ribeiropretana. Nestas chamei a Mariângela, velha amiga que também queria conhecer CV de perto, e que providencialmente tinha uma máquina para as fotos, porque penetra não pode chegar com uma câmera, porque é a maior bandeira. Todo mundo vê que é penetra e não alguém que eles não sabem quem.

E assim, em minutos furamos todas as filas e estávamos na porta do camarim. A porta estava aberta e CV recebia alguns dos bacanas já citados. Na seqüencia, entramos só eu e a Mariângela.
A primeira coisa que fiz, foi entregar RLML, dizendo que ele era um dos personagens, e disse que só ele poderia me salvar, fazendo uma tentativa ao menos de barrar o livro na justiça. Rimos bastante, e ele disse que melhor seria se eu mandasse pro Roberto Carlos. Falei que Roberto aparece em praticamente uma página da história, e que o máximo que ele faria, seriam mandar arrancar esta página.

No mais, amenidades, sôbre a aparição com os Mutantes, preguiça de fazer barba, as praças de Ribeirão, meu filho chamar Caetano, incensando Ritz (viu? ELA apareceu finalmente), e a produção já enchendo o saco para sairmos. Foram uns dez minutos.
Daí chegaram dois garotões, e os olhos do véio brilharam. Fazer o que, não é?
Era chegada nossa hora, e fomos saindo à francesa, dando um abraço em CV. Quando eu estava na porta, CV apontou o dedo para mim, e com aquele sotaque que todo mundo conhece, disse:" Vou ler seu livro". E foi isso.
Quem não viu este show, procure ver. Já vi Caetano muitas vêzes, mas este é muito bom. De preferência, no Circo Voador, onde nem me atrevi a tentar entrar no camarim, quando vi na fila de espera Zé Celso Martinez, Jards Macalé, Jaques Morelembaun e a mãe do Cazuza, um tanto quanto barradinhos no baile. Melhor ir tomar Mini-chopp com Normix e Vallim, e foi o que rolou.

Mas como é lei por aqui, conversa só não adianta: tem que mostrar o pau. E aqui esta CV recebendo RLML, com a roupa combinando com a capa, e sendo avisado que inadvertidamente mas divertidamente, faz parte da história.



Minha felicidade, quando CV disse que poderia considerar sim, entrar com um processo para recolher RLML



Bart, CV, e a amiga Mariângela, que emprestou a máquina e agora mandou as fotos

12 comentários:

Anônimo disse...

Hahahaha
Impagável. Só você, manual do penetra... estou rindo até agora.
Grande Bart! (Mas foi mais divertido tomar chopp comigo e com o Vallim na Lapa, confessa!)
Beijos, admiro-te,
Normix.

Anônimo disse...

Agora que o fã-clube da Norma tá ficando oficial, acho que a gente deveria se movimentar e fundar um pro Bart!

Anônimo disse...

Muito bom!!!! Adorei a segunda foto..."gargalhando com caetano"

Anônimo disse...

Adorei as dicas....quem sabe comeco minha carreira de penetra com camisinha...petra.kkkkkk
Abracos!

Anônimo disse...

Pra entrar na passagem de som e cammarim nos shows DELA, a senha é "sou amiga do Maurício". Funciona que é uma beleza!
CV tô fora. E pra usar uma camisa rosa, o cara tem que se garantir, né. Bjs tricolores

Anônimo disse...

Olha o anônimo usando o nome do Ruella em vão! Hahaha
Espero que a moda não pegue com o meu nome, aff.

Anônimo disse...

Não é em vão. Trata-se uma justa causa: chegar até ELA! Bjs tricolores

Anônimo disse...

Meuuuuuuuuuuuuuuuuu .. que massa bart .. que bacana mesmo !!

.. ver Caetano é uma das preciosidades da vida ... o cara é tudo !!!

valeu pelo relato ...

bjão enorme
fefetz

Anônimo disse...

olha bart
acho melhor vc escrever um manual de fã tb...
afinal, bela técnica de não ser barrado penetrando
(ops, ficou ambiguo)

Anônimo disse...

Caetano tb é uma das boas coisas da vida...

Parabenssssss Bart, pelo visto a aventura foi tudoooo !!!!!!!!!



Bjs

Dani Lee

Neco Vieira disse...

Hahaha


que aula de penetração


Ui


uashuashuash


amei a aula


agora quem sabe usarei doravante seus truques.. vai cobrar quanto?


heheh


''Atenção aulas de penetração com Mr.Bart''...

hehe

Valew Bart.. muito obrigado

e desculpe-me por ter ficado tão ausente por aqui,

ATé

Alessandra Alves disse...

"...daí chegaram dois garotões, e os olhos do véio brilharam...

kakakakkakakakaka

henrique, diga-me: você acha que cv vai gostar de rlml? das citações dele, em especial?;)