A conversa é mole, mas o papo é firme.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Toca Gainsbourg

E como foi dito, a bondosa alma da Robertinha colocou o Altas Horas até o talo. Para não ficar muito carregado aqui, vai o link, desde que voces voltem para ler o resto do post, seus fã-naticos. Se não voltarem, um vírus irá infectar seus computos em 15 segundos...1,2,3...:

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=19240151&tid=2499428229762958325&na=4

Let's go back to France.

O que Françoise Hardy, Brigitte Bardot, Catherine Deneuve, Isabelle Adjani, Vanessa Paradis e Jane Birkin tem em comum? Todas gravaram músicas ou namoraram ou tiveram filhos ou foram dirigidas por Serge Gainsbourg.

(para saber um pouco de Gainsbourg, aqui vai o release do livro Serge Gainsbourg : Um Punhado de Gitanes, lançado no ano passado)
Antes de qualquer definição ou de qualquer coisa que se possa dizer a respeito de Serge Gainsbourg, o que realmente deve ser dito é que ele foi a materialização de toda e qualquer improbabilidade.
Morou na casa de seus pais até perto dos 40 anos e em rede nacional de TV francesa assediou Whitney Houston.
Tímido. Serge Gainsbourg foi tímido e muito vaidoso, pois sabia que era artista completo, querido e venerado pelos grandes nomes de seu tempo. Filho de imigrantes judeus, cresceu na França ocupada pelos nazistas. Quando veio a desocupação, Gainsbourg decidiu moldar a nova liberdade de um jeito franco. Daí um personagem popular, mas nunca unânime.
Segundo a autora Sylvie Simmons, “um extrovertido tímido, um realista surreal, um iconoclasta que ansiava por tornar-se ele mesmo um ícone, um homem que podia beber com policiais num dia, assistir a filmes pornográficos com Dali no outro, fazer amor com algumas das atrizes mais belas do mundo (sem jamais deixar que elas o vissem nu) e morrer solitário em sua cama depois de uma vida inteira de auto-abuso absolutamente heróico, ou pelo menos incontestavelmente artístico”.
Serge Gainsbourg foi alguém que existiu e criou para acabar com paradigmas.
Como acontece com todo gênio, a intelligentsia gravitava em torno dele enquanto o grande público passava ao largo de sua motivação, o que o deixava deprimido a ponto de, por um bom tempo, ter pavor de fazer shows ao vivo e lidar com a rejeição da platéia. Comportamento teoricamente incompatível com o autor das mais belas canções, disputado por todas as cantoras da França — que queriam de Gainsbourg sua próxima música de sucesso.
O homem que se parecia com uma tartaruga elegante foi compositor, escritor, diretor de cinema, cantor, fotógrafo, intelectual, artista plástico, ator, bêbado, provocador e amante. Populista, fez de tudo. Por não dominar o inglês, não conquistou o mundo. Mas, convenhamos, se existe palavra inglesa que soa divina num sotaque francês ela é “Star”.
Com seus indefectíveis Gitanes sempre acesos, um copo de bebida que também o acompanhava o tempo todo, Serge sabia ser o sedutor e mostrar a quem quer que fosse que sua vida era o reflexo de sua arte e que sua arte era o que ele sempre desejou ser enquanto vivesse.
Foi ele que de forma cavalheira apresentou a chanson francesa ao pop. E fez com que o pop se encantasse com a nova amizade. Mostrou, com seus medos e sua ousadia, a face escondida do povo francês. O sempre sisudo francês e a sempre misteriosa francesa se apaixonaram por ele — às vezes não admitindo um amor por criação tão contundente.
Quando Gainsbourg morreu, em 1991, a França parou. “Todos conseguem lembrar o que estavam fazendo quando souberam da morte de Gainsbourg. Foi um grande choque, porque ele sempre esteve presente, era parte da nossa cultura. Sempre aparecia na TV, fazendo alguma coisa maluca”, disse Nicolas Godin, da banda Air. O obituário do jornal francês Libération disse que ele “bebeu cigarros demais”. Brigitte Bardot, com quem Serge teve um romance e gravou a primeira versão da clássica e até hoje polêmica “Je T’Aime, Moi Non Plus”, saiu de seu retiro para falar dele. François Mitterrand, então presidente da França, disse que “Gainsbourg elevou a canção ao nível da arte. Ele foi nosso Baudelaire, nosso Apollinaire”. Bandeiras, por toda a França, foram hasteadas a meio-pau. Multidões foram à porta de sua casa deixar garrafas de Pastis e maços de Gitanes em sua homenagem.
Como diz uma inscrição na parede da casa no número 5 da Rue de Verneuil, “Serge não morreu. Ele está no céu, trepando”. Este livro é um passeio delicioso pela vida de um dos raros homens que soube talhar a grife da polêmica.(acho que dá para ter uma base)

Por não fazer nada em inglês, como foi dito, ficou restrito praticamente à França. Mas influenciou muita gente. Sua mulher de muito tempo foi Jane Birkin, com quem teve uma filha. Provavelmente a única que você deve conhecer por aqui é a música Je t'aime, que no tempo da ditadura foi proibida aqui no Braza. Diz a lenda que a (como dizer trepada sutilmente?)...bem..ato libidinoso, era real. Primeiro ele gravou com Bardot, mas esta gravação não saiu. Casou com Birkin e fez com ela isso e muito mais. Birkin pode ser vista pelada no filme Blow Up, de Michelangelo Antonioni, onde faz uma ponta, mas daí vocês vão em locadora, primeiro porque o filme é bom, e depois porque eu não vou ficar colocando mulher pelada aqui.

Ritz gravou uma música de Gainsbourg, no original em francês. La Javanaise, com direito a assovio no final, citando desafinado do Gibas. Se o narigudo botasse os olhos na ruiva, ia ser problema.
Rita é aplicadinha nos francêses, idioma e doidão feioso. Porque francês feioso faz sucesso? Jean Paul Belmondo, Alain Delon não vale. Preciso aprender a fórmula. Será que é o idioma? E ainda dizem que o povo lá é bem mal humorado.
O disco da Rita é o Rita Lee & Roberto de Carvalho, de 1990. Este disco tem todos os ingredientes Lee Carvalho, mas os sucessos não foram tantos. Tem a parceria com Cazuza, que é "Perto do Fogo", e o principal fato inédito, duas músicas cantadas por Roberto, "É a vida", e "Farsa". Pouco tempo depois, Roberto gravaria seu disco solo. Aliás, algum robertólogo mande para mim um comentário e informações sôbre este disco, para meu e-mail, e depois compartilharemos por aqui, pode ser?
Mas Ritz mandou um comentário sôbre o feioso, que reproduso:

então...quando ele compôs je t´aime, moi non plus já eram os dois serges...o gainsbourg era o je t´aime e o gainsbarre o moi non plus...eu tinha um vinil dele com um em cada lado, o bonzinho e o ruinzinho, lado a todo de músicas romanticas e o lado b só cafagestada...it´s gone...mas deve ter em cd...numa entrevista ele disse que amava jane birkin e odiava jane birkin...a gravadora na época não entendia o medico-monstro e deixou apenas a versão je t´aime, apesar de o título constar completo...muita gente não entende até hoje esse lance de moi non plus...quem me apresentou foi um fã meu francês de loooonga data, frèderic martel, com quem me correspondo até hoje, quando vou a paris a gente se encontra...é uma figuraça, o ap forrado de fotos...é tarado por la bardot e por mim, mas confessa uma queda pela björk e eu morro de ciúme...

Para quem gosta de Lou Reed, Leonard Cohen, Bob Dylan e outros trovadores, Gainsbourg é prato cheio. Enquanto existe o you tube, lá vai imagem

Gainsbourg e La Bardot refazendo Bonny and Clyde





Gainsbourg e Jane Birkin na tal Je T'aime



A seqüencia de Je t'aime



Franz Ferdinand e Jane Birkin - Sorry angel (taratata). Sempre dá ciumeira quando se fala de outro que não la Rúbia, mas os Ferdinand são uma bandinha legal.



Jane Birkin e Charlotte Gainsbourg, filha de ambos, cantando Di Doo Dah. A garota tem tido destaque como atriz



quer mais? vai no you tube que tem um monte, porque por aqui vc não vai encontrar nem uma musiquinha que seja para comprar. Isso porque veio da França. Ja se fôsse do Brush....

7 comentários:

Anônimo disse...

Fredèric Martel,vous qui est le fan français de notre Ritá, que bardot, que björk... tem que pôr mais fotos de notre Ritá no ton apartement très chic.
Voilá! Que'est-ce que c'est, mon ami?

Anônimo disse...

E se Gainsbourg botasse os olhos na ruiva... claro que ia ser estrago, quem não se hipnotiza?

Anônimo disse...

4, 5, 6 ..
O comPUTAdor explodiu !!!!!!!!!!
Boom ...


bxux ...
f lee...
(preciso aprender francês) ahahahhah


"La Javanaise" .. a-do-ro ..
... "eu quero ser uma flor nos teus cabelos de fogo" , "me suicidei e sempre sobrevivi", "tudo envelhece só ele parece eterno", "cai nos braços de um violão", ... "decifra quem te devora" ..." longe de vc minha vida era tão besta", "a sua vida é uma farsa" .. "la miranda .. da da "...

Anônimo disse...

Adoro o disco de 1990 tb!

Roberto lancou um disco bem interessante logo depois. Tinha a primeira versao bem pesada de "Mentiras" e uma versao mais pop de " O que voce quer", gravadas depois por Rita em 3001 e Santa Rita de Sampa. So uma composicao dele e de Rita chamada " eterno agora", duas versoes de uma cancao chamada " Beijo da sorte" alem de outras belas cancoes:" Porta da perdicao" que mais tarde foi gravada por Beto Lee no seu primeiro disco; " cristais e diamantes", "cinzas do passado"- a cara de Rita, " Meu ABC", " tesouro" e " coracoes kamikases".
Abracos!
Jose Garcia
PS: Bart vc assistiu a integra da entrevista de Rita no Globonews? Da pra botar aqui???

Anônimo disse...

le grand gainsbourg!
catei um cd/compilação,(e jamé devolvi) c/umas 20 músicas de 'monsieur mon plus', no bafafá do apartamento em chamas duma vizinha francesa doidivanas que abriu o gás da cozinha & acendeu o cigarro(gitanes naturelement...)
esses franceses existencialistas q dão fim à existência 'comme il faut! [como diz o francês]ou num só 'uni-duni-tê...em língua de gente!
abraçoux

Anônimo disse...

ixe, o 'anônimo sou eu, esse q vos posta....
dino

Anônimo disse...

quem é esse fã frances sortudo? quequeisso, normitz tá certinha, tira as fotos das outras e deixa só a dela, meu.
Peloamordedeus!!!!!!!!!!!!
Kisses,

Josie<..>

adoro o blog!