A conversa é mole, mas o papo é firme.

segunda-feira, outubro 02, 2006

Mais um pouquinho de jornalismo

Saiu uma matéria sôbre RLML na revista ISTO É desta semana.

Para o livro, foi até que bem informativo e vale para propagar a idéia. Foi nossa querida Ritz que me avisou, e atendo a um pedido dela, vamos mostrar a matéria como saiu, e como o Luiz Chagas fêz entrevistas com a Rita e comigo, e....bem....acho que não aproveitou muita coisa. É meio comprido, mas vale a pena ler, para mais uma aulinha de jornalismo. E feito em uma das maiores revistas dos país.

A versão que aí está, é a on-line. Às vêzes na revista é maior, com fotos e tal. Mas duvido que tenham publicado a entrevista real e total.

HOME: REVISTA: CULTURA

04/10/2006



Livros
Mexericos da vizinha
A vida de Rita Lee é contada pela vizinhaBárbara Farniente. Ela não existe. E as histórias, são verdadeiras?
Por Luiz Chagas
Vale ler Rita Lee mora ao lado. É excelente diversão. O livro é inteligente, engraçado e criativo. Pode-se classificá-lo de três modos: biografia não autorizada, autobiografia também não autorizada (o que é paradoxo e comédia pura) ou ficção. Assina o livro o músico e engenheiro Henrique Bartsch. Ele criou uma personagem, Bárbara de Oliveira Farniente, e a colocou como uma vizinha fictícia de Rita Lee. Via e-mail, a roqueira teria relatado diversas passagens de sua vida ao próprio autor, e no livro essas histórias são contadas na primeira pessoa pela tal vizinha. Rita Lee, que também é inteligente e criativa, diverte-se em não confirmar nem desdizer se as passagens do livro são reais ou inventadas. Disse ela a ISTOÉ: “Eu estava lá na minha vidinha besta e o rapaz me chega com nossas conversas virtuais transformadas num livro que nem eu mesma sei o que é verdade ou ficção.” Eis algumas histórias da vida (da vida?) de Rita Lee:
Rita e o carrinho de rolimã
Da sacada de sua casa na Vila Mariana, em São Paulo, Bárbara viu a vizinha de olhos azuis, descendente de americanos e italianos, passar de arteira a artista. Ao lado das irmãs mais velhas, Mary e Virginia, Rita esmagava Nhá Benta (doce) no rosto de algumas coleguinhas. Magra, alta, irrequieta e sardenta, a garota menstruou em cima de um carrinho de rolimã, o que levou os amigos a achar que tinha se machucado. Ela fugia pela janela da casa em que morava para ir tocar bateria e banjo em conjuntos do bairro. Levada pelo vizinho Antonio Peticov, hoje artista plástico e amigo íntimo de Rita, a garota conheceu os irmãos Arnaldo e Sérgio Baptista (a quem chama de Lindinha e Dircinha, referência às irmãs Batista, sucesso nos anos 1940), futuros parceiros nos Mutantes.
Ficção?: Rita Lee teria promovidoum encontro entre o marido Arnaldo(à esquerda) e um transexual

Roberto Carlose os Mutantes
O trio foi recusado no programa da Rede Record Jovem Guarda, comandado por Roberto Carlos nas tardes de domingo – foi o próprio Roberto que, por ciúme, o tirou da programação. Os Mutantes foram então contratados pelo rival do rei, o príncipe Ronnie Von. Foi ele quem batizou o grupo, inspirado em um livro de ficção científica e, de quebra, apresentou Liminha e Dinho, músicos de seu programa que mais tarde integraram a banda liderada por Rita. Em meados dos anos 60, com os The Beatles no auge, Arnaldo, Sérgio e Rita tinham tudo para ser notados. Nara Leão pintava corações hippies no rosto de Rita, os irmãos Marcos e Paulo Sérgio Valle tentavam colocá-la fora dos festivais, Juca Chaves a acusava de maconheira e Leila Diniz emprestou-lhe um vestido de casamento que havia usado em uma novela para ela se apresentar de noiva e grávida.
Os Mutantes e Hebe
A união com os tropicalistas foi viabilizada por Guilherme Araújo, empresário de Caetano Veloso e Gilberto Gil. Da irreverência inicial, o trio passou para o desafio, cuspindo em repórteres enquanto fingiam espirrar. Arnaldo rasgou sua certidão de casamento com Rita em um programa de Hebe Camargo, a pretexto de “dividir sua alegria”, dando uma metade do documento para a apresentadora atônita e a outra metade para a platéia. Com a prisão de Caetano e Gil, a loucura ativada por drogas só aumentou – o que fez a alegria de André Midani, o executivo mais poderoso da indústria do disco naquela época, cujo sonho era se descartar dos Mutantes e fazer de Rita uma estrela.
O casamento com Arnaldo
Na época da Jovem Guarda, Arnaldo se fazia degalã para conquistar a cantora Waldirene e se mostrava ciumento em relação a Rita Lee. No final dos anos 60, todo liberado, ele propôs que Rita ficasse dentro deum armário e assistisse à sua performance sexual.Ela concordou, desde que pudesse escolher a parceira de Arnaldo. Ele topou. Na hora H surgiu uma morenaalta e bonita. Era um transexual. Arnaldo saiu correndo nu. Já casados, Rita e Arnaldo se mudaram para uma casa na Serra da Cantareira, em São Paulo. Ela dormia mais na casa de Sérgio para não cruzar, em sua própria residência, com alguma mulher vestindo uma de suas camisetas.


(agora vão as perguntas feitas e respondidas pela Rita, para a matéria da Isto É)


Querida Rita

Em primeiro lugar, gostaria de dizer que nunca tinha lido algo tão intenso da parte de um artista – talvez a autobiografia do megalômano Miles ou aqueles esboços do Chet Baker. O gozado é que me senti vexado com tantas confissões, digamos, escabrosas. E olha que tenho 54. Foi aí que caiu a ficha. Acredito que você, Rita, é – era – um dos únicos, talvez o único, mito que eu alimentava. Te via como um tomboy, um Peter Pan. Falha minha.
Luiz querido...não é lá muito saudável para você esse negócio de ficar “vexado com confissões, digamos, escabrosas”...eu adoro essa coisa trash de vomitar a vida, ou você acha que Peter Pan não deu suas transadinhas com aqueles moleques da floresta?...c´mon, grow up! Henrique me disse que você tocou com Lindinha, ooops, Arnaldo...cruzes, sabe Deus o que me espera!...e 54 anos para um homem é uma ninharia perto dos 60 de uma senhora fútil como eu...

Anyway, nossa idéia aqui na ISTOÉ é ter uma entrevista mais longa com você (Se quiser se estender mais, fique à vontade). Já que você costuma conversar apenas por e-mail, aí vamos nós.
Ah, não começa com essas reclamações de fazer entrevista por e-mail como seus colegas, para que serve afinal toda essa modernidade da net se não para nos poupar tempo? Você pergunta aí, eu respondo aqui, sempre fica aberto para um ping pong, se quiser mandar outra leva de perguntas não hesite, meu querido, eu passo horas na frente desta simpática telinha...então vamos lá...

1 – Durante décadas especulou-se sobre a sua saída dos Mutantes, sobre seu casamento com o Arnaldo, sobre suas entradas e saídas – que bandeira! – de clínicas sob as mais variadas desculpas. Por que falar nisso agora, abrir o jogo?
Luiz querido...quem abriu o jogo foi Henrique, eu estava lá na minha vidinha besta e o rapaz me chega com nossas conversas virtuais transformadas num livro que nem eu mesma sei o que é verdade ou ficção, do meu lado continuo uma alfândega e não tenho nada a declarar.

2 – Conversando com Henrique, via e-mail, ele me disse que a idéia da Bárbara veio do Brian, personagem do Monty Python, o vizinho de Jesus. Mas, aos meus olhos, ela é seu alter ego. Sempre que você quer dizer algo que não é mas poderia ser, se vale dele. É isso que acontece ou a filha de Dalva (nunca vi alter ego com mãe) é um recurso estilístico do Henrique?
Bárbara é filha de Diva (a mediúnica) que é irmã de Dalva ( a famosa cantora) portanto é sobrinha e não filha, mas tudo bem, uma pequena confusão apenas. Sinto lhe dizer, mas os seus olhos o enganaram porque Bárbara não é meu alter ego, é do Henrique, afinal, foi ele quem escreveu o livro não é mesmo?

3 – Assim, fica fácil entender as taras de Barbara por Jorge Ben, por mecânicos cheios de graxa e, finalmente, por anônimos; ou então a passagem de Rita “invisível” pela alfândega – enquanto Bárbara servia de mula de ácido. Só não entendo a Dalva de Oliveira e sua colaboração financeira. E Claudionor Farniente? Sinto que tem alguma coisa aqui mas me foge. Por falar nisso, Jimi John com aquela biografia inventada é naturalmente uma somatória de tipos, mas o nome tem a ver com o jornalista gaúcho Jimi Joe?
Percebo que você se confunde ao tentar entender o livro de Henrique como sendo minha biografia e me cobra detalhes que não posso lhe dar, meu querido...a biografada em questão é Bárbara, eu apenas estou no papel de uma mera coadjuvante, sugiro que você a encontre pessoalmente e acabe de vez com suas dúvidas.

4 – Esse tipo de encruzilhada me deixa inseguro, assim como o capítulo final. Você então está casada com o Roberto mas vivendo em casas separadas? Espaçou as sucidoses? Está, como se diz por aí, “de bem com a vida”?
Desculpe, mas agora sou eu quem lhe pergunta: e o que o cu tem a ver com as calças? Se é você quem está inseguro porque sou eu que tenho que responder sobre viver em casas separadas ou o que fiz com minhas “sucidoses”?

5 – Além dividir a casa com Beto você ainda cria animais? Quais?
Beto já se casou, mora em outra casa e é pai de minha amada neta Izabella...sim, ainda crio animais, ou melhor, eles me criam...dois cachorros, quatro gatos, cinco tartarugas, uma ratinha e um peixinho.

6 – Por falar em vida, além da biografia alucinada você está em estúdio gravando, teve o show Rita Lee Jones lançado em DVD e participa – colabora – da traquinagem de Preta Gil. Dava para falar desse gás todo?
Minha vidinha besta sempre foi um frenesi.

7 – Chico Buarque disse que fazer 60 anos não é motivo para comemorar. O que você está programando para quando se tornar sexagenária?
Ao contrário de Chico eu pretendo fazer uma festança sim...mas para meu anjo da guarda em agradecimento a sua competência nesses 60 anos de vida.

8 – Pelo que foi noticiado, a indicação de Zélia Duncan para os shows com os Mutantes foi sua. Você já ouviu alguma coisa? Soube que teve Fillmore West e Hollywood Bowl. Não te deu uma coceirinha de estar lá?
“Coceirinha” realmente não, me deu foi um grande alívio de não estar nessa furada.

9 – Por falar em Zélia, como você vê as herdeiras, de Cássia à Pitty, Fernanda Takai e essa série de grupos tipo Nightwish “with a lady”?
Me sinto uma tia-avó super orgulhosa.

10 – O que Rita nos reserva, por onde anda a sua cabecinha musical, onde você está agora? Gostei muito do último álbum, o que tem a música do Moacir Franco. Tem um quê de grupo – deve ser a interação Roberto e Beto tocando juntos.
Minha cabecinha? Bem, posso dizer que aprendi a conviver com minhas doenças existenciais, como também aprendi a entender a doença da imprensa que vive atrás de um sanguinho...sim, essa coisa de grupo deve ser a interação de Roberto e Beto tocando juntos.

11 – Por falar nisso. Se você quiser responder, responda ou não, mas por favor não pare por aqui. No livro você se expõe de uma maneira que, como já disse, até me constrange um pouco. Tem o lance da mijaneira, tem o lance da chapação sexual do Arnaldo com o travesti, você até se refere à transferência de clínica promovida por Dona Clarisse como sendo um dado importante, até mesmo fundamental, na queda de Arnaldo. Como reage quando insinuam que o Beto é muito parecido com o Carlini? Pronto, perguntei.
Realmente estranho o que está por trás da sua pergunta angelical porque Beto é lindíssimo e toca guitarra pra caralho, será que você ainda não percebeu que Beto é a cara de David Bowie? Tem jornalista que é cego...

12 – Voltando ao livro. Como eu disse, tenho 54 anos e me lembro da época. A cena, como se diz hoje em dia, era selvagem. Quem era melhor que quem, quem tinha a melhor aparelhagem, quem tinha os discos – importados – certos. Como é que você se virava? Aquela cena da garrafa no bar perto do Teatro Record – era o Sujinho? – aconteceu alguma coisa parecida?
Meu, esse tal “Sujinho” eu nem conheci, acho que Henrique, com seu alter ego Bárbara Farniente, deve ter estado por lá e participou da cena da tal garrafa.

13 – Com a crueldade típica da menina descrita no início, você chama Sérgio e Arnaldo de Lindinha e Dircinha. Diz que o primeiro tem primário e o segundo chegou ao Clássico – na certa no Mackenzie na mesma época do Lanny Gordin. E a tua faculdade, você foi até que ano? Comunicações na USP? Queria fazer psicologia como Bárbara?
Eu sempre quis fazer Veterinária mas não passei no vestibular, então entrei para Comunicações, aliás, na mesma sala de Regina Duarte... saí de lá rapidinho sem trancar matrícula...êpa, mas não foi por causa da Regina Duarte, que fique claro isso!

14 – Às vésperas do show dos Stones você ficou mal. Na estréia caiu o maior temporal e vocês não tocaram. Foi por causa da chuva ou você não se sentiu bem?
(em tempo, aquele Spin Doctors era ruinzinho mesmo).
Sorry, mas em matéria de me “sentir mal” eu sou mais autoridade no assunto do que você...NÃO me “senti mal” na véspera dos Stones e só NÃO tocamos na estréia porque caiu um toró daqueles mesmo...você está abusando do meu “sentir mal”, já não bastam os trocentos mil que senti, ainda tem que inventar um que não existiu? se você quer arrancar meu sangue aviso que entrei na menopausa há mais de 10 anos.

15 – A gravadoras fizeram um mutirão e lançaram toda a Bethânia remasterizada. Quando teremos uma caixa com os discos de Rita? A EMI promete uma parte a um bom tempo...
Não tenho a menor idéia sobre isso.

16 – Seu disco é independente? Como você pretende acompanhar a tendência de disponibilizar ou vender as músicas pela rede abandonando o formato padrão? Acha que o CD acaba mesmo em breve como as próprias gravadoras têm anunciado ou é uma estratégia da Apple?
Não tenho a menor idéia sobre isso.

17 – E por falar em trabalho. Depois de Saia Justa você manteve um programa com Roberto. Pensa em estendê-lo? Você sempre gostou de tevê. Porque as pessoas gostam tanto de ver mulheres discutindo na tevê?
Estou sempre com planos de invadir a televisão, eu assisto até aqueles programas quem vendem tapetes persas...e as pessoas gostam de ver mulheres discutindo na tv porque papo de mulher é mais engraçado, ora bolas.

18 - Indo mais longe, e a carreira de atriz, tão incensada tanto no filme de Cacá Diegues (que acabou de sair em DVD) quanto naquele em que personificou Raul Seixas? Vai fazer mais alguma coisa ou limitar-se à convivência – incorporação – com Aníbal, Gungun e Regina Célia? Barbara juntou-se à família?
Não tenho a menor idéia sobre isso...por favor não me entenda mal quando digo essa frase, é que não tenho a menor idéia sobre isso mesmo, expliquei-me?

19 – E de família passemos à Pátria. Você é uma das poucas que não vive reclamando ou falando em se mudar do país – apesar da ascendência. O que está achando do Brasil do mensalão e dos sanguessugas? Vota ou votou no Lula?
Vou votar em Heloísa Helena, em matéria de Brasil meu nome é Pollyana.

20- Os ataques do PCC a fizeram ficar mais em casa? Mexeu com o seu humor? Você tem viajado pelo País em turnê: como sente a questão da violência?
Eu sou do tempo da ditadura, a violência apenas mudou de mãos.

21- O que acha do projeto de lei que prevê uma abrandamento em relação ao usuário de droga em relação aos traficantes?
Bacana.

22 – E por falar em família como estão Roberto, Beto, João e Antonio? E Virginia? Você curte a carreira do Beto?
A família toda vai bem obrigada e eu sou uma mulher absolutamente feliz...but I can´t get no satisfaction!

Deve dar.
Agradeço a atenção
Um beijo do fã
Luiz Chagas
Fã?...que nada, você é jornalista, vai...beijos
Ritz

(agora as perguntas que foram feitas a mim)

. Mas o fato é que eu fiquei completamente chocado com seu livro. Para escrever uma matéria preciso saber algumas coisas:
1 - como você conseguiu que ela falasse tudo isso? Aquele negócio do Jorge Bengala, a culpa da dona Clarice na transferência do Arnaldo para o Servidor, chamar os irmãos de Lindinha e Dircinha Baptista, etc.?

Estive naquele famigerado Phono 73...na quinta foram os Mutantes, que nem gravados foram, e para surprêsa minha, estreavam as Cilibrinas do Éden...bem antes do Juruna, eu costumava levar um k-7 Phillips para gravar shows, pois sabia que os Mutantes iam tocar O A e o Z, que acabaria ficando inédito por tanto tempo....inclusive tem música inédita, "Cai chuva", que nunca saiu em lugar nenhum....como sempre ouvia a Rita dizer que não tinha nada da época das Cilibrinas, pensava em encontrá-la para um dia dar uma cópia do show...e isto aconteceu em 98, pela internet....
no início, por conta dos trinta anos que conhecia sôbre a carreira dela, sem que ela soubesse de minha existência, a enchí de perguntas e cobranças...ela foi muito paciente, e aos poucos, por conta de parentescos e histórias engraças, fomos criando uma bela amizade...

2- quem teve a idéia da Bárbara - o primeiro alter ego com mãe que eu conheço?
Durante êsse tempo, ela me contou muitas histórias, e eu tempos depois comecei a cobrar que ela as escrevesse pois eram muito interessantes e ninguém jamais imaginaria como eram as coisas, numa seqüencia lógica....ela estava meio escaldada, pois uma garôta pedira para escrever uma bio, e ela abriu os cofres, deu depoimentos e tudo mais....quando ficou pronto, várias editôras recusaram, dizendo ser o trabalho muito amador, ruim mesmo....daí a garôta processou a Rita, alegando que havia recebido uma encomenda para fazer o livro...assim sendo, ela queria distância de biografias....o processo ainda corria....mas ela acabou ganhando...
Como eu teria uma filha no final de 98, ela perguntou se já tínhamos nome, eu eu disse Bárbara....então ela me contou que era pra se chamar Bárbara,história que está contada no livro...foi então que juntando a Vida de Brian,do Monty Python, onde o Brian nasce ao lado de Jesus e acaba sempre tendo problemas por isso, e pensando que todo fã adoraria morar numa janela indiscreta como a de Dona Diva, escreví alguns capítulos e mandei a ela, achando que ela ia se fazer de morta....eu já havia bolado aquele final psicodélico, mas não mostrei....tinha medo que ela não fôsse maluca o suficiente....infelizmente êsse começo acabou cortado, pois todos os editores que avaliaram o livro, no início da batalha para publicar, diziam que estava demorando muito pra Rita entrar na história, pois os capítulos tratavam dos ancestrais dela, mas é muito engraçado, e quem sabe um dia sai um making off....
E tb a relação Bárbara/Rita era uma alusão ao conceito "todos juntos numa pessoa só"....as pequenas quirelas para quem quisesse ir além das palavras...
E note que o alter ego tem mãe e tia....mas o pai, tem que dar uma pensadinha.....ninguém se ligou nisso ainda, dos que se manifestaram....

3 - estou agindo certo ao tomar tudo ao pé da letra? Jimi John existe? e a Dalva de Oliveira?
Muita gente afirma que a Rita Lee é um clássico de o médico e o monstro. Bárbara e Rita representariam literalmente essa cisão?

Todas as histórias que envolvem a Rita são reais, contadas por ela....Bárbara roubou algumas situações tanto da Rita quanto onde o bom senso mandava não utilizar os nomes reais dos envolvidos....mas existe muito pouca coisa inventada, e geralmente para colocar Bárbara nos locais dos acontecimentos....
Jimi John na verdade não existe...é uma somatória dos vários protetores que Rita teve na vida...Gil, Hebe e alguns outros....é o anjo negro, defensor da malandragem, o anjo 45 que vem desafinar o côro dos contentes....o nome foi inspirado num disk jóquei (será que os djs ainda lembram disso?) que se chamava Jimi Joe....eu achava engraçado o cacófato Ji mijou...para ficar mais sofisticado, a lembrança de Lennon e Hendrix., e tb o som Ji Mijão ficava mais condizente com as inúmeras mijações territoriais que acontecem durante todo o decorrer da história...
E não tem dúvida....Jekyll e Hide...
é muito engraçado quando os mais xiitas me escrevem, dizendo que gostaram do livro, mas que em tal lugar não foi naquele dia, que a roupa do show era outra, que tal pessoa só apareceria depois...e pedem se não pode ser corrigido em próximas edições....e respondo dizendo que encarem como uma fábula real, como Dylan faz com sua vida...o que interessa é o âmago e não o cenário...e acabam concordando.....digo a eles que escrevam uma história certinha e com os detalhes exatamente colocados, que ela merece uma obra séria também, ehehehhee....
Bivar achou que é o livro mais verdadeiro sôbre um star do cenário nacional que ele já viu...e vc nota que tem hora que vai fundo mesmo, sem apalpar....
ela só ficou sabendo do capítulo final quando mostrei o livro inteiro pronto....e meus temores eram infundos....

Se me lembrar de mais coisas volto a escrever.
Como te disse, lí o livro hoje de uma enfiada.
Estou sem fôlego.

(e aí foram as duas partes de perguntas, para que seja entendido como foi montada a matéria. Viram porque ela dá entrevistas só por e-mail? Como curiosidade, o cara é editor assistente da revista). Mas o melhor foi acabar de ouvir que o Suplão foi reeleito. Ufa. Por pouco.

4 comentários:

Anônimo disse...

Que horror... além de péssimo perguntador, ainda é um lixo no texto... como a Isto É mantém? dá o emprego pra mim, pô...
hehehe

Ruiva disse...

Ele se sentiu avexado e chocado com o livro...e eu acho tudo tao possivel de acontecer...ah infinitas oportunidades de viver a vida mais intensamente e entao pq seguir o msm caminho e repetir a historia mais uma vez...

Pedro Colombo disse...

putz... ótimo guitarrista, péssimo perguntador.

pra quem quiser ter uma impressão melhor dele vai ouvir "Às próprias custas S.A" de Itamar Assumpção e prestar atenção na guitarra do Chagas

Anônimo disse...

Certes. Je suis d'accord avec tout plus haut par dit. Nous examinerons cette question. http://cgi3.ebay.fr/ws/eBayISAPI.dll?ViewUserPage&userid=acheter-cialis&hc=1&key=acheter-cialis achat cialis [url=http://cgi3.ebay.fr/ws/eBayISAPI.dll?ViewUserPage&userid=acheter-cialis&hc=1&key=acheter-cialis]cialis france[/url]