A conversa é mole, mas o papo é firme.

quinta-feira, janeiro 11, 2007

Mr. Jones

Nesta segunda, 08/01/07, quem fez realmente os sessentinha, foi David Robert Jones, que resolveu mudar a parte final do nome para Bowie.
Nascido em Londres, vai ser bobagem ficar falando o que o cara fez, pois tem zilhões de sites e livros que contam isso de forma bem mais completa.

Mas uma geralzinha é sempre bom. Depois de um começo de carreira meio vai não vai, não sabendo se virarava músico , ator ou just a gigolo, Bowie acertou de cara com Space Oddity, que é a história do Major Tom, que fica perdido no espaço em uma missão espacial mal sucedida. É uma música assustadora 40 anos depois, já que estavamos no final dos anos 1960.

Bowie é chamado de camaleão, exatamente porque muda sempre de formato e penugens, e sempre à frente de seu tempo. Tive a sorte de ouví-lo desde o primeiro disco, e quando entrei no Teatro Ruth Escobar para ver o show do Tutti Frutti, Bowie estava ao vivo à minha frente, travestido de Ritz. Era a época de Ziggy Stardust e a magrela ruiva estava glitter no úrtimo, sapatão plataforma e tudo mais. Aliás, todos os Tutti, com um empurrãozinho de Bivar, estavam nessa, com seus batons negros e brilhos.
Bowie foi viado, garanhão, drag, transformista, dizem que foi pego pela Angie Bowie em plena cama com Jagger, o criador da música com o nome da mulha, e não negou nada. Dizem até que convidou a mulha para subir na nave. E também tem Lou Reed, Iggy Pop, fora os malucos que passaram por sua banda.

Foi punk com o Tin Machine e mostrou-se um exímio sobrevivente, quando a onda disco expôs muito grandão ao ridículo. A onda disco foi muito forte, e muita gente do roquenrou foi obrigado pelas gravadoras a mudar o estilo e botar o tum tum tum bate estacas em seus sons. Hoje a maioria dos que ainda estão na estrada, escondem esta fase incerta com todas as suas forças. Bowie entrou na disco e fez bonito, na fase Let's Dance, China Girl, etc. Lembrando que Ritz foi outra que soube entrar na onda disco e mantém os sucessos até hoje. Privilégio de poucos.

E Bowie é moderno até hoje, lançando um disco melhor que o outro. Deve ter algum pacto. É um baixote, mas parece um gigante no palco, com uma presença fatal, que já foi mostrada em vários filmes. Fome de Viver, onde vive um vampiro juntamente com Catherine Denneuve está relançado nas locadoras.
Alguns anos atrás teve um piripaque no coração e passou por situação delicada, talvez lembrança dos muitos anos mergulhado na langerie das duas ínas, a coca e a hero.

Como já dito, a história e a obra do cara são riquíssimas e valem ser conferidas. Para contar um mínimo, eu teria que criar um outro blog morando ao lado dêsse para contar mais.
Assistí Bowie ao vivo no Parque Antartica, no começo dos 1990, com abertura dos Titãs ainda com Antunes, em pleno auge. Pau puro.

Mas aproveito o gancho e coloco mais duas músicas do NÓS, para voces conhecerem, e que são de um cd que lançamos em 1998.
A ligação com Bowie, é que sampleamos uma batida de um de seus discos, Earthlings, que é muito bom, e fizemos talvez a nossa música mais trabalhada. Acredido que poucas pessoas consigam achar todas as citações que foram feitas, com samplers e frases de músicas conhecidas.
A canção e o disco se chamam Tempo ao Tempo, e a letra reflete sôbre este conceito, e naquele final de século, pedia uma reflexão sôbre um possível tempo de paz, mas as coisas só tem piorado, graças aos nossos caros senhores da guerra. La güerra me ha estrupato tanto, justiciero.
A curiosidade, é a mesma canção em forma acústica, tocada apenas com violão e todo resto feito com voz e corpo. O baixo é feito na voz e as percussões usando o corpo.

Link para ouvir a música - Tempo ao Tempo
Link para ouvir a música - Tempo ao Tempo - Versão Acústica

Participaram da gravação:

Henrique Bartsch: teclados, violão, backing vocals, samplers
Johnny Oliveira: baixo, baixo vox
Fernando "Perereca" Pachionni - voz solo, bumbo caixa toráxica
Fábio Cruzato - Voz solo, percussão corporal
Fernando "Japão" Capucci - Guitarra, percussão corporal
Alex de Rizzo - Bateria acústica e corporal

Os cortes e montagem da primeira versão foram feitos por Max Bartsch, ma brother.

E de presente para vc que chegou até aqui, uma coisa rara que anda perdida por aí: o postal que Bowie autografou para Ritz e que ela está doida para reencontrar. Onde estará?


12 comentários:

Anônimo disse...

Bowie é o cara.. só que depois dos anos 80 fica difícil separá-lo da Christiane F.

e a censura cicarelliana? tinha gente querendo apedrejar a mtv por dar emprego à maior marqueteira dos últimos tempos..

supercalifragilisticexpialidocious!

Anônimo disse...

desculpe, esqueci..

é sobre o tempo.. é bonita sim, eu já conhecia..
mas isso é em off..
:)

Anônimo disse...

O cara só podia ser um "Jones" ...

camaleão porreta ... anos luz dos tempos ..
aquele visual é tudo .. a voz .. as caras e bocas ..

eu >> a-do-ro <<
"a-do-ruuuuuuuuuuuuuuuuuu" ....

bjs coloridos ..
fefetz

Anônimo disse...

Uma vez Rita escreveu um artigo para Bowie. Taí um trechinho:

"Lamberei a maçaneta da porta onde tua mão tocar... Me farei de tapete por sobre a poça de chuva atômica para que a tua passagem seja feliz e segura. David Robert Jones, que enorme prazer em ter prazer sendo tua fã, tua gueixa, tua escrava, tua tão sempre macaca de auditório!"

Adoro esse lado fã da Ritz... sendo fã de Bowie, ela consegue nos entender também...

Anônimo disse...

Bartsch,
Respeitosamente sugiro um texto sobre a lendária banda paulista Premeditando o Breque para puxar o movimento pela volta do grupo. Tenho certeza que a Ritz assina em baixo!

Anônimo disse...

Salve Bowie!!! Viva! Mais sessentão pra ele!!!

Gostei do comment acima... boa sugestão!!!

Anônimo disse...

Então...esquecí de dizer que o fio condutor do Almanaque dos anos 70, da Ana Maria Bahiana é o camaleão Bowie. Em pequenas notas, Ana vai mostrando a evolução de Ziggy na década.

Em termos de marketing, Cicarelli deixa CV roendo as unhas, mas o velho baiano sabe mais, muito mais.
Cica vai ter que dar muito por aí, suor eu digo, para manter a fama de má. Brincadeira heim Cica? Vai que ela me tira do ar.

Quanto ao Premê, não tenho muito conhecimento, para puxar um post a respeito, apesar de que Mário Manga, guitarrista, mentor da banda e grande fã e seguidor de Frank Zappa é um puta músico. O espaço fica aberto a quem souber mais. Na época eu era mais chegado no Língua de Trapo, cujo nome já entrega tudo. Sou amigo pessoal do Guga Mastrodomênico, que fêz muita letra pro Língua. E o Laerte Sarrumor é um grande talking head. Mas que um dia seja desfeita a maldição que paira sôbre os malditos da Vã-Guarda Paulistana, que o digam Itamar, Arrigo, Rumo, Ná e muitos outros.

Mas acabo de ver que foi lançado "Era uma vêz e clips da Xuxa", com 17 clips e mais histórinhas. Nem tudo está perdido.

Anônimo disse...

E me chega a informação de que os Premê estão vivos e chutando. www.preme.com.br
Lembrei que Cassião gravou Rubens, que é deles.

Anônimo disse...

Grata pela dica. Vou visitar o site.
O Osvaldo Luiz, do Premê, compôs com a Rita a maravilhosa DEPRÊ.
Lingua de Trapo, Joelho de Porco, Arrigo, Rumo... Que saudade!

Anônimo disse...

é Bart!!!
E Rubens sou eu...
vc já viu a letra da música???
Ai meu nome...

Anônimo disse...

Aos poucos a gente vai lembrando. O Osvaldo, baixista do premê, tocou com a Ritz, e canta muito bem. Nos show do premê ele cantava um cover do syncronicity do Police. E Também cantava aquela música de São Paulo. E era trilegal, tchê. Acho que ele tb toca em disco de Ritz, doesn't he?
E Joelho de Porco com Próspero Albanese, sempre. Quem não conhece o primeiro lp dos caras, corre lá. São Paulo Aqui, acho que é o nome. Imperdível.

Rubs, eu sei muito bem do que se trata a letra da música homônima, mas não comentei exatamente para cobrir sua retaguarda, se é que me entende. Agora tu bandeirou, fazê o quê?

Unknown disse...

A música de São Paulo é "São Paulo, São Paulo", versão de New York, New York, do Sinatra? Se for, é bem legal.
Tenho 2 discos (vinil) do Premê: Premê; O melhor dos iguais. Não tem essa música.
Gosto tb de uma outra que diz: "não pude ir jantar com você no Maksoud". Sem falar em "Lua de mel em Cubatão". Nunca vi show deles e acho que eles nunca fizeram show por aqui. Mas era sucesso na rádio.
Minha adolescência foi embalada por "Domingão" (não o do Faustão, é claro!).
Do Joelho de Porco, lembro da Rita decepcionada numa final de Festival, louca pra entregar o prêmio pra eles, mas não deu... Teve que entregar para Tetê (mas sem você meu tesão...). O sérgio Dias tocou com ela no show do intervalo. A época era do "Vírus do amor". Grandes momentos que estão na memória!
Não tenho na memória registro do Osvaldo Luiz tocando em disco da Rita. Mas vou procurar.
Bjs tricolores