A conversa é mole, mas o papo é firme.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Alma Naque da Onça

Já nas pesquisas para o almanaque de Dona Rita, uma das jóias dos velhos tempos. Na Revista O Cruzeiro, uma mistura de VEJA com Caras, havia um chargista pernambucano chamado Péricles de Andrade Maranhão e que criou o personagem "O Amigo da Onça" em 1944. Satírico, irônico e crítico de costumes, o Amigo da Onça aparece em diversas ocasiões desmascarando seus interlocutores ou colocando-os nas mais embaraçosas situações.

Não sei se vocês entendem a expressão até hoje, que ficou um bordão conhecido à partir deste personagem, e que pode ter sido trocada por inovações. Teve tempos que era "mui amigo". Sera que hoje em dia é o tal do "truta"? É o cara que se apresenta como amigo, e às vezes até na inocência, apronta com seu afeto.

A primeira publicação foi em 23 de outubro de 1943. Péricles morreu em 31 de dezembro de 1961, dia do aniversário de Rita. (ah...pensaram que não teria nada da ruiva)

(da net)Em 1943 O Cruzeiro já iniciara a escalada de vendas que lhe tornaria a revista mais vendida do Brasil de todos os tempos. A Péricles seria encomendado um tipo humorístico para ocupar piadas de uma página, que traduzisse "a verve típica e o humor carioca", que captasse "o estado de espírito daquele que vive no Rio de Janeiro, não importa onde tenha nascido".

Além da contratação, coube a Leão Gondim o batismo do personagem, baseado numa piada gasta, em voga naqueles dias. Dois caçadores conversam em seu acampamento: - O que você faria se estivesse agora na selva e uma onça aparecesse na sua frente? - Ora, dava um tiro nela. - Mas se você não tivesse nenhuma arma de fogo? - Bom, então eu matava ela com meu facão. - E se você estivesse sem o facão? - Apanhava um pedaço de pau. - E se não tivesse nenhum pedaço de pau? - Subiria na árvore mais próxima! - E se não tivesse nenhuma árvore? - Sairia correndo. - E se você estivesse paralisado pelo medo? Então, o outro, já irritado, retruca: - Mas, afinal, você é meu amigo ou amigo da onça?

O Amigo da Onça foi publicado durante mais de 20 anos ininterruptos em O Cruzeiro. Não era o único trabalho de Péricles, mas logo se veria o quão difícil era desvincular seu nome do personagem, ao contrário de repórteres como David Nasser e Jean Manzon, desenhistas de humor como Carlos Estevão ou escritores como Rachel de Queiroz, que transformaram seus nomes em grifes. Na década de 50, uma pesquisa de opinião indicou que O Amigo da Onça era a seção preferida, com margem de folga, entre os leitores, revista então lida em todo o país, ultrapassando a televisão e rivalizando com o rádio na penetração junto ao público. (fim da net)

Após a morte de Péricles, vários autores continuaram a fazer O Amigo da Onça, dentre eles o mais conhecido foi Carlos Estevão. Mas nunca como o original.

Mas vejam a profundidade desta charge, que teria modificado a vida política nacional. Foi publicada em 30 de julho de 1960.


mais duas só para conhecer melhor o personagem





Mas isto tudo foi para vocês entenderem que quem montou aquela resposta dos vaqueiros sôbre rodeios, no "Fantas", é o verdadeiro Amigo da Onça.

2 comentários:

Anônimo disse...

... è mais moleca do que moça, tanto gata quanto onça ...
Mistérios são aqueles olhos azuis ...
“O bebê atômico é a coisa mais leenda desse mundo...”

I love you, I love you, I loooove you ...
Beijos e bênçãos
f lee...

Anônimo disse...

Eu lembro desse cartunista de O amigo da onça. Esta revista O Cruzeiro era muito legal. Quem conheceu O Cruzeiro Infantil, lançado em 72, que meu pai comprava pra mim todo o domingo.Eu tenho até hoje... (eu e meus baús...).